Corinthians: Romeu Tuma é alvo de pedido de destituição por grupo de sócios e conselheiros

Um grupo de sócios e conselheiros do Corinthians enviou um requerimento à Comissão Ética do clube pedindo a destituição de Romeu Tuma Jr. O presidente do Conselho Deliberativo é acusado de agir com parcialidade no processo de impeachment do presidente Augusto Melo, além de causar uma imagem negativa ao clube com manifestações públicas sobre questões internas.

O requerimento foi protocolado na quinta-feira, e conta com a assinatura de 75 conselheiros e 1.817 sócios. O grupo se apoia no estatuto do Corinthians. De acordo com o artigo 31, a aplicação de penalidades aos membros do Conselho podem ser apresentadas à Comissão de Ética e Disciplina por qualquer associado.

O Estadão apurou que o requerimento teve uma adesão considerada baixa e tem poucas chances de conter feitos práticos. Entre os signatários estão conselheiros ligados ao movimento Renovação e Transparência, membros que assinaram o pedido de impeachment de Augusto Melo, quatro conselheiros vitalícios e Marcelo Mariano, ex-diretor administrativo.

Procurado pelo Estadão, Romeu Tuma Jr. afirmou por meio de nota oficial que a manifestação é cabível dentro do ambiente democrático do clube, mas ressaltou que está tranquilo diante às acusações e que trabalha pelo cumprimento do estatuto do Corinthians, “doa a quem doer”.

“Mantenho minhas convicções de que o Corinthians, com seus procedimentos estatutários em pleno funcionamento, é um espaço de livre manifestação e amplo direito de defesa”, iniciou o presidente do Conselho Deliberativo.

“Repudio, no entanto, as acusações infundadas e, sobretudo, a utilização da estrutura do clube para coagir sócios e conselheiros a assinarem essas peças narrativas de imensa má-fé e mentiras vazias, num simulacro de acusação que merece a fonte Comic Sans em que foram impressas”, completou, desqualificando o pedido.

Este é o segundo pedido de destituição contra Tuma. Anteriormente, o próprio Augusto Melo entrou com um pedido na Comissão de Ética pedindo a saída do presidente do Conselho Deliberativo, alegando que ele não está agindo de maneira imparcial e neutra, além de realizar pré-julgamentos na condução do processo de impeachment do qual é alvo. O assunto, contudo, não foi para frente.

Ainda não há data para a retomada da reunião do Conselho Deliberativo que pode definir o avanço do processo de impeachment de Augusto Melo. O encontro só deve acontecer quando a integridade física dos integrantes ser garantida pelas autoridades, segundo Romeu Tuma. Até lá, Augusto busca a reconciliação com parte dos conselheiros para evitar que o impeachment avance.

O presidente tem confiança de que, mesmo se for afastado, consegue reverter a situação na Assembleia Geral de associados. A oposição vai na contramão, e acredita que o período de 60 dias do mandatário longe da cadeira presidencial pode ser determinante para uma mudança no panorama atual. Isso porque o grupo que entrar terá acesso a todos os documentos e informações da administração, e há uma crença de que novas irregularidades de gestão possam surgir.

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