Itália e Argentina reforçam laços bilaterais no combate ao crime

BUENOS AIRES, 3 MAR (ANSA) – O Ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio, elogiou nesta segunda-feira (3) as relações bilaterais contra a criminalidade entre seu país e a Argentina, durante coletiva de imprensa em Buenos Aires, poucos dias após encontro com seu homólogo argentino, Mariano Cuneo Libarona, em Roma.   

“Estamos muito orgulhosos que as nossas relações tenham sido retomadas com força e vigor após alguns anos suspensas”, afirmou o italiano, destacando ainda que na pauta entre o país europeu e o sul-americano estão temas “da luta contra a criminalidade organizada e a lavagem de dinheiro”, além de “setores onde somos especialistas, como as leis antimáfia”.   

Os representantes discutiram a extradição de terroristas e criminosos italianos residentes na Argentina, como o caso de Leonardo Bertulazzi, 71, ex-integrante do grupo terrorista de esquerda Brigadas Vermelhas, que chegou a ser preso em Buenos Aires após a revogação do status de refugiado por ordem do governo de Javier Milei, porém acabou solto por determinação da Justiça.   

Na ocasião, a Câmara de Cassação da Argentina apontou elementos de “arbitrariedade” e considerações “dogmáticas” na prisão de Bertulazzi, que “vivia com a mulher havia mais de 20 anos no mesmo domicílio do qual é proprietário”. Ele era considerado refugiado no país desde 2004, até ter a condição revogada por Milei.   

“Esta é uma questão que diz respeito principalmente à justiça argentina pela qual tenho o maior respeito”, disse Nordio sem entrar em detalhes, agradecendo ainda ao governo de Buenos Aires “pelo que fez” e “por demonstrar grande sensibilidade nesta questão”.   

Bertulazzi foi condenado na Itália a 27 anos de prisão pelo sequestro do engenheiro naval Pietro Costa, em 12 de janeiro de 1977. O crime teve como objetivo obter dinheiro para financiar ações subversivas das Brigadas Vermelhas, como a compra do apartamento onde o ex-premiê Aldo Moro, raptado e morto pelo grupo, seria mantido em cativeiro em 1978. (ANSA).   

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