Zelensky lamenta discussão com Trump e diz estar pronto para acordo

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, publicou no X nesta terça-feira (4) dizendo que está pronto para assinar o acordo sobre minerais e segurança com os Estados Unidos “a qualquer momento e em qualquer formato conveniente”.

O líder ucraniano lamentou também a forma como terminou a reunião de sexta-feira (28) com Donald Trump na Casa Branca. “Não ocorreu como deveria ser. É hora de consertar as coisas”, escreveu.

“Realmente valorizamos o quanto os EUA fizeram para ajudar a Ucrânia a manter a soberania e independência”, acrescentou na publicação feita no X.

Zelensky reiterou o compromisso de Kiev com a paz. “Nenhum de nós quer uma guerra sem fim”, se referindo ao conflito com a Rússia desde fevereiro de 2022, destacando que está pronto para se sentar à mesa de negociações e trabalhar com a administração dele “sob a liderança de Donald Trump para alcançar uma paz duradoura”.

Volodymyr Zelensky sugeriu que as primeiras etapas de um possível acordo poderiam ser a libertação de prisioneiros e “uma trégua aérea” – o que incluiria a proibição de mísseis, drones de longo alcance, bombas sobre energia e outras infraestruturas civis, bem como “uma trégua marítima”, se a Rússia fizer o mesmo.

“Depois, queremos avançar rapidamente em todas as próximas fases e trabalhar com os EUA para chegar a um acordo final”, concluiu.

A postagem acontece após Donald Trump ter suspendido na segunda-feira (3) o envio de ajuda militar dos EUA à Ucrânia.

Depois uma matéria da agência Associated Press (AP) destacando uma fala de Zelensky, de que o fim da guerra com a Rússia estaria “muito, muito distante”, o presidente americano criticou também na segunda-feira (3) a declaração do líder ucraniano.

Donald Trump e Volodymyr Zelensky tiveram uma discussão acalorada na Casa Branca na sexta-feira (28).

Zelensky chegou a criticar governos dos EUA e Trump alegou que o líder ucraniano “está apostando em uma Terceira Guerra Mundial” em meio ao conflito com a Rússia no leste europeu.

J.D. Vance, vice-presidente dos EUA, também participou da discussão e enfatizou que Zelensky deveria ser grato ao governo americano.

Entenda a Guerra entre Rússia e Ucrânia

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin. Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.

Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.

As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.

O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.

A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.

O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.

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*Sob supervisão de Elizabeth Matravolgyi

Este conteúdo foi originalmente publicado em Zelensky lamenta discussão com Trump e diz estar pronto para acordo no site CNN Brasil.

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