Ministra critica perda de ponto de escola de samba por usar termos em iorubá

Margareth Menezes, ministra da Cultura, criticou publicamente a perda de pontos da Unidos de Padre Miguel, no desfile das escolas de samba do Carnaval do Rio de Janeiro, pelo “excesso de termos iorubás” em seu enredo 2025.

“O iorubá é uma das línguas que formam nossa cultura, está na raiz do samba, nas religiões de matriz africana, na história do Brasil!”

“Isso não é só um erro de julgamento, é um desrespeito à nossa ancestralidade. O samba nasceu da resistência! Todo apoio à Unidos de Padre Miguel e a todas as escolas que levam a cultura afro-brasileira para a avenida com orgulho!”, afirmou Margareth em suas redes sociais.

A escola terminou na última colocação do Grupo Especial e, com isso, foi rebaixada para a Série Ouro. Ela entrará com um recurso contra o resultado.

Com o enredo “Egbé Iyá Nassô”, a escola de samba levou à Sapucaí a história da “Casa Branca do Engenho Velho”, considerado o mais antigo terreiro de candomblé no Brasil.

+ Desfile das Campeãs do carnaval carioca tem ação contra feminicídio
+ Grande Rio alega nota errada e reivindica título do carnaval do Rio, empatada com a Beija-Flor

Ministério da Cultura

O Ministério da Cultura soltou uma nota oficial em que também repudiou a decisão de penalizar a escola em 0,1 pelo “excesso de termos iorubás”.

“É inquestionável a contribuição dos iorubás – povo africano, do Sudoeste da República Federativa da Nigéria, escravizado e trazido ao Brasil. Foi a partir da chegada deles que as religiões de matriz africana encontraram solo fértil no país e enriqueceram expressões culturais e religiosas. Negar as origens e a rica construção dessa população é, também, negar a identidade nacional. Não à toa, o Iorubá foi considerado Patrimônio Imaterial do Estado do Rio de Janeiro em 2018.”

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.