Massacre na Síria mata ao menos 745 civis alauítas, denuncia ONG

DAMASCO, 9 MAR (ANSA) – Ao menos 745 civis alauítas no noroeste da Síria foram mortos em ataques cometidos por forças de segurança e grupos ligados ao novo governo sunita, segundo denúncia do Observatório Sírio para os Direitos Humanos. De acordo com a ONG, os ataques tiveram início no último dia 6 e atingem famílias inteiras, incluindo mulheres, crianças e recém-nascidos.   

“Existe uma operação de varredura e confrontos com apoiadores do [ex-presidente] Bashar al-Assad na parte ocidental do país”, aponta a organização.   

“Eles entram de casa em casa e matam quem está lá dentro”, disse uma testemunha à ANSA da cidade costeira de Baniyas, que há três dias tem sido atacada por milícias jihadistas pró-governo.   

O massacre nas províncias de Tartus e Latakia deixou pelo menos mil vítimas até o momento, das quais 745 são alauítas, uma minoria xiita no país árabe, mesma vertente do ex-presidente deposto em dezembro Bashar al-Assad.   

Neste domingo (9), o ex-líder jihadista e atual presidente interino da Síria, Abu Mohammed al-Jolani, de vertente sunita, responsável pela queda do regime Assad, declarou que “todos podemos viver juntos”.   

“O que está acontecendo no país está entre os desafios que eram previstos. Mas devemos preservar a unidade nacional e a paz civil o máximo possível. E se Deus quiser, nós [sírios] poderemos viver juntos neste país”, disse Jolani de uma mesquita em Damasco.   

A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu comunicado neste domingo condenando os “relatos extremamente perturbadores” de famílias inteiras sendo mortas no noroeste da Síria.   

“A matança de civis em áreas costeiras no noroeste da Síria deve cessar imediatamente”, disse o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Turk. (ANSA).   

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