Hamas denuncia permanência de tropas israelenses no corredor Filadélfia em Gaza

O Hamas denunciou, nesta segunda-feira (10), a permanência de tropas israelenses no corredor Filadélfia, uma zona tampão em Gaza ao longo da fronteira com o Egito, e destacou que sua retirada deveria ter ocorrido mediante o acordo de trégua.

O Exército israelense delimitou essa área, que se estende ao longo de 14 quilômetros, durante sua segunda ocupação da Faixa de Gaza (1967-2005) para transformá-lo em zona de vigilância.

O “corredor” se tornou importante ponto de debate nas negociações de cessar-fogo entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas, que governa Gaza desde 2007.

Israel “não respeitou a retirada gradual de suas forças no eixo Saladino [nome palestino dessa área] durante a primeira fase” da trégua iniciada em 19 de janeiro, denunciou o Hamas em um comunicado.

Segundo o grupo islamista, o acordo previa a retirada israelense “antes do 50º dia” do cessar-fogo, que caiu no domingo.

Os termos concretos do pacto nunca se tornaram públicos, por isso é difícil verificar as afirmações do Hamas.

O movimento palestino considera que a presença continuada das forças israelenses no corredor é uma “violação flagrante” do acordo de trégua e “uma tentativa deliberada de miná-lo e deixá-lo obsoleto”.

O Exército israelense tomou o controle do corredor durante uma grande operação no sul da Faixa de Gaza na primavera de 2024.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, considera necessário manter o controle dessa área para impedir o contrabando de armas para o território palestino.

Uma delegação israelense viajou nesta segunda-feira a Doha para participar de negociações indiretas com o Hamas para estender o frágil cessa-fogo.

A trégua deverá pôr fim à guerra iniciada pelo ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023. Mas ainda existem grandes desacordos.

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