Sem provas, Bolsonaro diz que TSE apoia Lula e afirma não ter medo de ser preso

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse — sem apresentar nenhuma prova — que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) estaria a favor de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para impedir a sua candidatura nas eleições de 2026, já que, para ele, conseguiria facilmente ser novamente eleito para a Presidência da República. A declaração foi dada após se reencontrar com o líder nacional do PL, Valdemar Costa Neto, na sede do partido em Brasília (DF).

Em entrevista aos jornalistas, o capitão da reserva afirmou não temer ser preso devido à denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre tentativa de golpe. Para que isso eventualmente aconteça, é necessário seguir uma série de etapas. A primeira é o STF (Supremo Tribunal Federal) aceite a denúncia, que será analisada pelo Primeira Turma da Corte. Caso os magistrados formem maioria, Bolsonaro se torna oficialmente réu e se inicia um processo criminal contra ele. A detenção é na fase final, após esgotadas todas as possibilidades de recurso.

Para o ex-presidente, ele não cometeu nenhum tipo de crime e disse que “fizeram uma ginástica” para relacioná-lo aos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, e que investigaram o caso durante anos, mas “não acharam nada”. No entanto a denúncia da PGR aponta que Mário Fernandes, à época chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República, atuava como interlocutor entre o governo Bolsonaro e os apoiadores.

Ainda segundo o documento, Bolsonaro recebeu mensagens do major-brigadeiro da Aeronáutica, Maurício Pazini Brandão, afirmando que o plano foi completado com as contribuições da equipe do ex-presidente e que aguardava na esperança de que seria aplicado na prática. Além disso, o tenente-coronel Mauro Cid teria confirmado em sua delação premiada que o ex-mandatário estimulava a população, a fim de provar uma ação que justificasse a intervenção das Forças Armadas.

‘Inelegível porque um homem quis’

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) formou maioria, no dia 30 de junho de 2023, para tornar Bolsonaro inelegível por oito anos. Aos jornalistas, o ex-presidente afirmou que isso aconteceu “porque um homem quis”, em referência ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes que é relator dos casos envolvido ele, que também integra a Corte Eleitoral.

“Por que estou inelegível? Por que me reuni com embaixadores”, disse. Porém a impossibilidade de disputar as eleições até 2023 de seu por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao convocar os representantes de outro países para atacar, sem provas, o sistema eleitoral brasileiro.

Mesmo assim, no entendimento de Bolsonaro, o TSE “apoia o Lula”, porque “você pode criticar a bíblia, mas não a urna eletrônica”.

Reencontro de Bolsonaro e Valdemar

Os dois se reencontraram nesta quarta-feira após o ministro Alexandre de Moraes atender aos pedidos da defesa de Valdemar e revogar as medidas cautelares contra ele.

Indagado pelos jornalista após o encontro, Bolsonaro disse que ainda não foram definidas as prioridades, mas ressaltou que não vai deixar passar as oportunidades.
“O mais importante é (o ato) no próximo domingo, 16, às 10h, em Copacabana (RJ). Queremos colocar pelo menos 500 mil pessoas lá. Só a direita leva povo à rua. Para que o ano que vem o País possa voltar à democracia”, finalizou.
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