‘Não é sobre o que vestimos’: exposição mostra réplicas de roupas usadas por vítimas de violência sexual


Mostra criada pela Polícia Civil do Distrito Federal reúne uniforme escolar, saia e blusa brancas usadas em centro espírita e roupa de operadora de caixa. Ideia é combater ‘culpa’ associada às mulheres vítimas. Polícia Civil do DF faz exposição com réplicas de roupas de vítimas de violência sexual.
Um uniforme escolar, uma saia e uma blusa brancas usadas em um centro espírita e um uniforme de uma operadora de caixa: estas são algumas das peças que fazem parte da exposição “Não é sobre o que vestimos”, inaugurada nesta quarta-feira (12) pela Polícia Civil do Distrito Federal (veja vídeo acima).
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A exposição reúne 15 réplicas das roupas usadas por vítimas de abuso sexual no dia do crime e detalhes sobre cada caso. Segundo a PCDF, o objetivo dessa iniciativa é conscientizar a população e gerar reflexão para combater a “culpa” associada às mulheres vítimas de violência sexual.
“A gente não deve revitimizar aquela mulher que foi alvo de um estupro. A gente tem que lembrar que a roupa dela não é responsável, nenhum tipo de comportamento, atitude. Quem deve ser responsabilizado é o autor”, diz a diretora do Departamento de Polícia Especializada Ana Carolina Litran.
🔎A policial afirma que só é possível combater a culpa colocada nas mulheres com consciência.
MENTIRA: ‘Mulheres que se dão ao respeitos não são estupradas’
Roupas expostas em mostra que combate a violência sexual no DF.
Letícia Sena/g1 DF
A exposição traz ainda dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e dos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva sobre violência sexual contra as mulheres. Alguns números assustam pelo preconceito e mitos associados à violência contra a mulher. Veja abaixo:
42% dos homens concordam com a afirmação de que “mulheres que se dão ao respeitos não são estupradas” e 63% das mulheres discordam;
97% das mulheres deslocam-se com medo que “algo aconteça”;
Em Brasília, 23% das mulheres relatam sofrer assédio em seus deslocamentos
73% das mulheres mudaram seus hábitos e comportamentos após situação de violência
Somente 3 em cada 10 mulheres que foram vítimas no deslocamento pela cidade registram boletim de ocorrência
Como denunciar violência sexual contra a mulher?
Além do Ligue 180, do Ministério das Mulheres, no Distrito Federal há também os canais de atendimento da Secretaria de Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), que funcionam 24h.
As denúncias e registros de ocorrências no Distrito Federal podem ser feitos pelos seguintes meios:
Telefone 197
Telefone 190
E-mail: [email protected]
Delegacia eletrônica
Whatsapp: (61) 98626-1197
Exposição “Não é sobre o que vestimos”
Data: de 12 a 31 de março
Local: Instalações do Departamento de Polícia Especializada (DPE)
Horário: das 9h às 18h
De graça
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