Trabalhador que morreu em obra de duplicação da AL-101 Norte trabalhava em caminhão em condições precárias, segundo colegas

Jackson Santos da Cunha, 46 anos, morreu após o caminhão-pipa que dirigia tombar em Riacho Doce, em Maceió, e ele ficar preso às ferragens. Ele era evangélico e pais de dois filhos. Polícia Civil e Ministério do Trabalho investigam o acidente fatal. Polícia Civil investiga causas de acidente que matou trabalhador de obra na AL101-Norte
Jackson Santos da Cunha, 46 anos, morreu após o caminhão-pipa que ele dirigia tombar na obra de duplicação da AL-101 Norte, em Riacho Doce, em Maceió, na terça-feira (11). Ele foi pessoa a morrer por acidente de trabalho em Alagoas nos três primeiros meses de 2025, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.
O trabalhador dois filhos. Colegas de trabalho disseram que ele evangélico e um ótimo amigo e profissional.
“Um excelente trabalhador, profissional, amigo de todos, evangélico, pai de dois filhos”, disse um colega.
Segundo denúncias de trabalhadores da obra, o caminhão que Jackson Santos dirigia não funcionava em condições precárias.
“Um equipamento que não funcionava, que já foi relatado que não funcionava. Não tinha freio. Não tinha força. O equipamento, a maioria, não prestava. A gente relatava, relatava. Não tinha checklist. A gente relatava os defeitos dos equipamentos. Ia para a oficina, voltava do mesmo jeito e às vezez pior”, disse um trabalhador que preferiu não se identificar.
O superintendente Regional do Trabalho em Alagoas, Cícero Filho, afirmou que Ministério do Trabalho e Emprego vai ouvir funcionários e os responsáveis pelo consórcio de construtoras que trabalham diretamente na obra e que um relatório será elaborado e encaminhado a diversos órgãos.
“Um trabalho amplo. Um trabalho técnico muito bem elaborado pela auditoria fiscal. Daí podem sugir autuações. A empresa pode ser autuada, pode ser multada, a obra pode ser embargada, interditada, e, ao final dessa fiscalização é feito um relatório, onde a auditoria, por meio desse relatório, encaminha para órgãos competentes, como o MPF, o MPT, a própria Polícia Civil, para que esse relatório sirva como base para que esses outros órgãos atuem nas suas esferas, ou seja, eles tomem as providências que competem a eles”, disse.
O delegado Carlos Alberto Reis, titular da Delegacia de Trânsito da Capital, disse que a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as causas e as responsabilidades sobre o acidente.
“Todas as evidências são observadas. A partir do momento em que ele é contratado por uma empresa, verificar se ele estava com a categoria que é discriminada no Código de Trânsito Brasileiro. Se ele estava na categoria correta. No caso de caminhão, o exigido é ser categoria D. Então isso é verificado também, porque aí pode ter também a responsabilização de quem o contratou de forma errada”, afirmou.
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