Terremoto em área de supervulcão gera pânico em Nápoles

NÁPOLES, 13 MAR (ANSA) – Um terremoto de magnitude 4.4 na escala Richter atingiu a região metropolitana de Nápoles, sul da Itália, na madrugada desta quinta-feira (13) e provocou pânico na população.   

Segundo o Instituto Nacional de Física e Vulcanologia (INGV), o abalo sísmico ocorreu à 01h25 (horário local), a dois quilômetros de profundidade, valor considerado raso, e teve epicentro a seis quilômetros da cidade de Pozzuoli, de mais de 80 mil habitantes, na região de Campi Flegrei, que abriga um supervulcão subterrâneo.   

O terremoto foi seguido por réplicas de intensidade menor e assustou os moradores da zona metropolitana de Nápoles, onde diversas pessoas saíram de casa e ficaram nas ruas com medo de desabamentos.   

Em Pozzuoli, uma mulher se feriu na queda do forro de um edifício e foi resgatada por bombeiros, mas não corre risco de morte. Já em Bagnoli, bairro litorâneo de Nápoles, alguns moradores ficaram com as portas de suas casas bloqueadas por escombros e tiveram de sair pelas janelas.   

Não foram registrados danos mais sérios, mas, por precaução, o prefeito de Nápoles, Gaetano Manfredi, ordenou o fechamento de escolas na área de Bagnoli, medida seguida também pela Prefeitura de Pozzuoli. Já a premiê da Itália, Giorgia Meloni, monitora a situação, segundo nota do governo.   

Os terremotos desta quinta se somam a uma longa sequência de eventos sísmicos ocorridos desde o ano passado em Campi Flegrei, termo em grego antigo que significa “campos ardentes”. A região, onde vivem mais de meio milhão de pessoas, passa por uma fase de “bradismo”, fenômeno que eleva o nível do solo a partir do gás e magma acumulados nas profundezas.   

Diferentemente do vizinho Vesúvio, os Campi Flegrei não têm um vulcão principal, mas sim diversas crateras espalhadas por uma estrutura chamada “caldeira”, ou seja, uma área rebaixada e relativamente circular que se formou devido à erosão causada por erupções passadas.   

Segundo Francesca Bianco, diretora do departamento de vulcões do INGV, o tremor de 4.4 está ligado a uma aceleração no ritmo de levantamento do solo, que passou de uma velocidade de um para três centímetros por mês.   

“O que ocorreu na madrugada passada não é inesperado, ainda que não seja possível estabelecer quando chegará um terremoto nem sua intensidade”, explicou. Por outro lado, Bianco assegurou que “não há evidências de magma em baixa profundidade”, algo que seria “um típico sinal de erupção”. (ANSA).   

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