Quem são deputados do PL acusados de vender emendas e pedir R$ 1,67 milhão em propina

O STF (Supremo Tribunal Federal) tornou três deputados do PL réus por corrupção na distribuição de emendas parlamentares nesta terça-feira. Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gildenemyr (PL-MA) e o suplente Bosco Costa (PL-SE) são acusados de pedir uma propina de R$ 1,66 milhão para José Eudes Sampaio Nunes (Avante), ex-prefeito de São José de Ribamar (MA), valor que corresponde a 25% dos R$ 6,67 milhões de emendas enviados ao município.

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De acordo com o STF, o ex-prefeito de São José de Ribamar narrou cobranças e intimidações em troca da destinação das verbas ao município. Conforme a denúncia, o líder do esquema seria Josimar Maranhãozinho, de 48 anos, deputado federal reeleito com 158,3 mil votos em 2022.

No último mês, o ministro Cristiano Zanin, relator do caso, havia votado a favor da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Zanin afirmou que há “consideráveis indícios de autoria e materialidade”, ou seja, elementos que sugerem a participação dos deputados em desvios.

“Contra os três parlamentares há evidências produzidas ao longo da investigação criminal indicando que teriam atuado em concertação ilícita para solicitar ao Prefeito José Eudes Sampaio Nunes o pagamento de vantagem indevida, o que caracteriza, em tese, o delito de corrupção passiva”, afirma o ministro Cristiano Zanin, relator do caso, na decisão.

Josimar Maranhãozinho

Josimar foi prefeito de Maranhãozinho (MA) entre 2005 e 2012, ocupando cargos na Assembleia Legislativa do Maranhão e na Câmara dos Deputados, posteriormente. Em 2021, o deputado foi alvo de um inquérito da PF (Polícia Federal) conhecido como “Operação Descalabro”, que investigava um suposto desvio de dinheiro público. Na ocasião, maços de dinheiro vivo foram encontrados no escritório do parlamentar.

Quando tentou a reeleição a prefeito de Maranhãozinho, em 2008, o hoje deputado havia declarado que seus bens somavam R$ 463,9 mil. Dez anos depois, quando concorreu ao cargo de deputado federal, seu patrimônio informado foi de R$ 14,5 milhões. Uma alta de 1.652% em valores corrigidos.

Pastor Gil e Bosco Costa

Os outro acusados de envolvimento no esquema de emendas parlamentares são os deputado Pastor Gildenemyr, de 53 anos, que atua na Assembleia de Deus e foi eleito deputado federal em 2022 com 69,5 mil votos, e Bosco Costa, de 74, escolhido por 29,6 mil eleitores, se tornando suplente na Câmara dos Deputados.

As defesas dos acusados negam as acusações, alegando falta de provas e inépcia da denúncia. O STF também aceitou a denúncia contra outras cinco pessoas envolvidas no suposto esquema, João Batista Magalhães (ex-assessor parlamentar), Antônio José Silva Rocha (ex-prefeito de Água Doce), Abraão Nunes Martins Neto (policial militar reformado), Adones Gomes Martins (irmão de Abraão) e Thalles Andrade Costa (filho de Bosco Costa).

*Com informações do Estadão

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