Flávio e Malafaia atacam Moraes durante ato no RJ por presos nos ataques do 8/01

A Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, recebe na manhã deste domingo, 16, um ato de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para defender os envolvidos nos ataques antidemocráticos 8 de janeiro de 2023. Entre os presentes, estão os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro  (PL), além do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o pastor Silas Malafias e o próprio Jair.

O senador Flávio Bolsonaro disse que o ato convocado pelo pai busca derrotar o “alexandrismo”, se referindo ao ministro do STF Alexandre de Moraes.

Flávio disse que o magistrado não respeita as normas jurídicas como o direito à ampla defesa e contraditório. Segundo Flávio, mencionando os presos do 8 de Janeiro, Moraes tem pressa para concretizar uma “certa vingança”.

“Rasgando a nossa Constituição sem processo legal, sem ampla defesa, sem contraditório. É uma pressa para que se concretize uma certa vingança. Isso não tem espaço na nossa democracia, esse ‘alexandrismo’ tem que acabar”, afirmou Flávio.

O senador disse ainda que acredita que a oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já tem votos suficientes para pautar o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro.

“Eu acredito que nós já temos votos suficientes, na Câmara e no Senado, para aprovar esse projeto de anistia. Só que hoje é muito importante a presença de todos aqui para manifestar a discordância do caminho que o País está tomando, em especial com a decisão que poucos estão tomando em Brasília”, afirmou Flávio.

A estratégia dos bolsonaristas para o ato de hoje é deixar os ataques a Moraes para os aliados do ex-presidente, como feito por Flávio. Bolsonaro, por sua vez, deve adotar um tom cauteloso e focar no pedido de aprovação da anistia aos golpistas.

Como mostrou o Estadão, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), deve apresentar o projeto de lei como prioridade de votação na reunião de líderes que vai ocorrer na próxima quinta-feira, 20. Desta forma, a proposta pode ser votada na última semana do mês.

O projeto de anistia contém brechas que podem beneficiar Bolsonaro. A lei torna imune de punição os financiadores da invasão aos prédios dos Três Poderes e os agitadores que insuflaram a multidão golpista por meio das redes sociais. Aliados de Bolsonaro e o próprio ex-presidente são investigados pelo STF por apoiarem as manifestações que terminaram em vandalismo e destruição do patrimônio público.

Malafaia chama Moraes de ditador antes de manifestação com Bolsonaro

O pastor evangélico Silas Malafaia, um dos organizadores do ato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Praia de Copacabana, chamou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de “ditador” antes do início do evento neste domingo, 16. Segundo Malafaia, que é aliado de primeira hora de Bolsonaro, o Brasil vive uma “perseguição política” nunca vista.

Organizador do evento e aliado do ex-presidente, o pastor alega que ministro relator do inquérito do golpe, que mira Bolsonaro, faz ‘perseguição política’

“Ele é um ditador, que está extrapolando todas as leis do nosso País. É uma verdadeira perseguição política como a gente nunca viu na história do nosso País”, disse.

Malafaia, que também organizou os atos feitos por Bolsonaro na Avenida Paulista e em Copacabana no ano passado, evitou falar sobre quantos manifestantes devem comparecer neste domingo. O pastor evangélico disse, porém, que a esquerda não consegue “colocar nem a metade”.

“Eu sempre digo que eu não gosto de números. O que estiver aqui de gente, a esquerda não tem a capacidade de colocar nem a metade”, disse Malafaia.

Esse não é o primeiro ataque do líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo direcionado a Moraes nesta semana. Nesta quarta-feira, 12, Malafaia disse que ao orar, não pede “para matar” o ministro, mas entrega o magistrado “nas mãos de Deus”.

“Não peço para matar, não peço para nada disso não, só coloco na mão de Deus, que Deus sabe quem é que Deus quer salvar. Como é que você vai fazer uma oração ao Senhor, ao teu filho? Eu não faço, eu não faço essa oração. Deus sabe o que Deus quer. Muitas vezes Deus quer salvar um cara desse. E eu, eu vou estar combatendo contra Deus, então é melhor eu entregar na mão de Deus e fazer a minha parte de cidadão”, disse Malafaia durante uma pregação no Conselho de Ministros Evangélicos do Estado do Rio de Janeiro (Comerj).

Em 2023, durante a Marcha para Jesus no Rio de Janeiro, o pastor chamou Moraes de “ditador” e o acusou de agir em “conluio” com o governo federal. Na ocasião, disse que a “casa” do ministro “iria cair pelas mãos de Deus, do povo ou do Senado”.

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