À CNN, Ramagem propõe uso de câmeras inteligentes para detectar crimes e reconhecer fuzis no Rio

O deputado federal e delegado Alexandre Ramagem, candidato do PL à Prefeitura do Rio de Janeiro, propôs o uso de câmeras inteligentes para detectar crimes e reconhecer fuzis na cidade.

A declaração foi feita nesta quinta-feira (29) em entrevista à CNN, conduzida pela jornalista Muriel Porfiro ao lado dos analistas de política Caio Junqueira e Julliana Lopes.

“Hoje, não é ficção científica. A inteligência artificial faz um reconhecimento de situações delituosas, faz um reconhecimento fácil de fuzil”, disse o candidato.

“Para proteger as escolas, tem que ter no mínimo duas câmeras. Nós temos que ter, só para escola, cerca de 3 mil câmeras, câmeras inteligentes, câmeras com definição que façam reconhecimento facial, que façam reconhecimento de placas”, afirmou.

Ele comentou também sua proposta de retirar os fuzis de circulação em solo carioca. Segundo Ramagem, “não é natural ter fuzil nas ruas, armamentos de guerra, numa cidade que não está em estado declarado de guerra”.

“O programa principal é Fuzil Zero. A gente quer trazer, colocar Fuzil Zero em 20, 25 anos. Não vai ser em um ano, em três anos. Mas políticas integradas de controle, de assistência, para que não haja mais essa violência”, concluiu.

Guarda Municipal armada e integrada

Ainda dentro da área da segurança pública, o candidato apresentou sua iniciativa de ter uma Guarda Municipal integrada às Forças de Segurança e armada.

“Se nós utilizarmos essa Guarda Municipal para tomar conta dos modais municipais, que são as nossas escolas públicas municipais, nossos postos de saúde, nossos pontos de transporte, a gente já auxilia a polícia militar pelos seus outros afazeres”, disse.

“A guarda municipal [Guarda Civil Metropolitana, a GCM] de São Paulo nasceu armada, e o Rio de Janeiro não é armado? Agora, armar a Guarda Municipal, tem que mostrar ao cidadão que não é adquirir uma arma e colocar na mão do guarda e ele sair na rua. Tem todo um protocolo de capacitação”, segundo ele.

Ramagem defendeu a capacitação dos agentes e o aumento do efetivo da corporação.

De acordo com ele, “haverá novos concursos, eles [os agentes] virão armados, com protocolo de capacitação, com testes, treinamentos sérios e ainda psicológico para atuação. Então, nós queremos utilizar essa guarda, que ela tenha mais credibilidade com a população”.

Sondagens de intenção de voto

O candidato comemorou os resultados divulgados até agora pelos institutos de pesquisa.

“É bom saber que em todas as pesquisas nós estamos em segundo lugar”, afirmou.

Ele destacou que tem que esperança de crescer ainda mais no cenário. “Nós estamos bem sólidos nessas pesquisas e crescendo cada dia mais. O que nós estamos vendo é que nós iremos para o segundo turno e com grandes chances”, disse.

Segundo Ramagem, a campanha está focada no “eleitor que está demonstrando ter uma maioria conservadora, de conservar os seus valores familiares, a sua fé cristã, a liberdade econômica que quer oportunidades”.

Abin paralela

O candidato também falou sobre a investigação da chamada Abin paralela.

Segundo inquérito da Polícia Federal (PF), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria sido usada para espionar ilegalmente desafetos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e produzir fake news [notícias falsas].

Ramagem era diretor do órgão à época. Durante a entrevista, ele sugeriu que o caso teve finalidade eleitoral.

“É impressionante, uma grande coincidência, né? A partir do momento que eu, que nos lançamos, né? Nos lançamos que eu falo porque é um grupo, é o partido que lança, né? Nos colocamos como pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, a segunda maior cidade do país, da cidade mais vocacionada para o turismo e porta do Brasil para o mundo, a partir desse momento, essas investigações da Polícia Federal se voltaram contra mim”, disse.

De acordo com o candidato do PL, as irregularidades verificadas na Abin eram anteriores à gestão dele, que teria tentado inclusive desarticular o esquema.

“Se houve uma Abin paralela, não foi feito dentro da minha gestão ou por ordem da minha gestão. Estava tendo antes”, afirmou.

“Quando eu entrei na Abin, a Abin era totalmente analógica. O que é analógica? Eu entrei na Abin em 2019. A Abin não tinha sistemas de comunicação internos, sistemas comuns de instituições privadas e públicas, como o SEI (Sistema Eletrônico de Informações), o tão conhecido SEI da administração pública. Não tinha isso, não tinha de controle interno, controle da atividade fim e nem da atividade administrativa. Eu que iniciei todo o procedimento de controle dentro da Abin e quando eu vi, era de propósito, para não haver controle nenhum”, alega.

Ele ainda comparou as operações da PF no caso da Abin paralela com a investigações sobre o suposto uso do setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de forma não oficial pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“A gente já verifica abuso de poder, desvio de finalidade, quebra do sistema acusatório. Nós temos um juiz julgador, acusador, investigador e vítima. E ainda quebra da inércia do Judiciário, da imparcialidade judicial. É muito sério o que está acontecendo no TSE e no STF, e ficaram inventando narrativas da Abin”, argumentou.

Apoio de Bolsonaro

O candidato do PL exaltou a gestão federal passada e disse considerar o ex-presidente injustiçado.

“O governo Bolsonaro estava tendo austeridade, boa gestão, eficiência, liberdade econômica, sempre com o propósito de defender a família brasileira. A gente verifica, por isso, que o presidente Bolsonaro cada vez carrega mais pessoas nas ruas. Então, a gente verifica que houve muita injustiça com o presidente Bolsonaro”, afirmou.

Ramagem ainda se declarou um representante do legado do ex-chefe do Executivo.

“Antes, ele falava sozinho na Câmara dos Deputados. Como a gente vê no Congresso Nacional, desde lá de trás, que ele fala de Deus, pátria, família e liberdade. Hoje é um legado de pessoas que representam, que ele tem confiança. Hoje somos uns cerca de 90 deputados federais, por exemplo, que ele tem o cuidado que possam o representar esse legado”, segundo ele.

Prevenção de desastres e habitação

Ramagem disse que, caso seja eleito, sua gestão irá “tomar conta da população para evitar catástrofes, enchentes, deslizamentos”.

“Vocês conhecem o relevo do Rio de Janeiro, das encostas, dos problemas das encostas. Há um dado de 77 locais de risco máximo de desabamento, né? Esses riscos já estão aí há dez anos”, afirmou, sem entrar em detalhes sobre projetos para a área.

O candidato do PL falou ainda sobre a ideia de construir imóveis habitacionais de fins sociais por meio de parcerias público-privadas.

“O objetivo é tentar, em quatro anos, construir 80 mil habitações no Rio de Janeiro”, comentou o candidato, que disse ainda que o incremento na questão da moradia “vai ser um custo de R$ 2 bilhões, R$ 3 bilhões”.

Ecoturismo

A partir do mesmo tipo de financiamento, Ramagem afirmou que o Rio de Janeiro precisa “aproveitar seu potencial, sua vocação ecoturística”.

“O que a gente tem que fazer com esses parques municipais é fazer as devidas parcerias público-privadas que eu sempre comento e desejo fazer de forma prioritária e responsável. Não é você querer cobrar, privatizar um parque, não é isso jamais. O parque tem que ter entrada livre com as famílias, que possam fazer os seus lanches, piquenique, as crianças possam brincar nos brinquedos”, argumentou.

Segundo o candidato, o que deve haver é “um empreendedorismo ali, de que possa haver eventos esportivos, ambientais. O Rio de Janeiro é vocacionado para a escalada, para o trekking, para o ciclismo”, observou.

Entrevistas com candidatos

A CNN realiza nesta semana uma série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro.

Cada entrevista será transmitida primeiramente ao vivo no canal da CNN Brasil no YouTube, às 15h30, com exibição na TV no mesmo dia, às 23h30.

Participarão os mais bem colocados no agregador de pesquisas eleitorais Índice CNN, selecionados de acordo com o resultado mais recente, com sete dias de antecedência.

Já foram entrevistados:

  • Quarta-feira (28) – Tarcísio Motta (PSOL)
  • Quinta-feira (29) – Alexandre Ramagem (PL)

Ainda será entrevistado:

  • Sexta-feira (30) – Eduardo Paes (PSD).

Quem é Alexandre Ramagem, candidato a prefeito do Rio de Janeiro

Este conteúdo foi originalmente publicado em À CNN, Ramagem propõe uso de câmeras inteligentes para detectar crimes e reconhecer fuzis no Rio no site CNN Brasil.

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