Ucrânia apoiaria pausa em ataques à infraestrutura de energia, diz Zelensky

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta terça-feira (18) que a Ucrânia apoiaria uma proposta dos Estados Unidos para interromper seus ataques à infraestrutura energética da Rússia – mas alertou que os russos estavam tentando atrasar as negociações lideradas pelos EUA e enfraquecer Kiev ao fazer novas demandas.

“Nosso lado [apoiaria] isso”, respondeu Zelensky, após ser questionado por um repórter.

A declaração foi feita poucas horas depois de a Casa Branca anunciar que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concordou com a proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, de uma paralisação de um mês nos ataques à infraestrutura energética ucraniana.

Putin e Trump conversaram por telefone durante algumas horas, mais cedo nesta terça.

A Ucrânia usou drones de combate de longo alcance para atacar a infraestrutura petrolífera russa, como refinarias, em um esforço para prejudicar seu inimigo muito maior, que lançou mísseis e drones muito atrás das linhas de frente na Ucrânia desde a invasão em grande escala de fevereiro de 2022.

Em particular, os ataques russos atingiram usinas de energia ucranianas, causando apagões em larga escala e, mais recentemente, também locais de produção de gás natural.

Zelensky disse que apoiaria qualquer proposta que levasse a uma “paz estável e justa”.

Moscou não chegou a dar a Washington o cessar-fogo incondicional total de 30 dias que havia buscado.

Zelensky disse acreditar que a Rússia se opunha claramente à proposta, com a qual Kiev concordou, em princípio, durante as negociações da semana passada com autoridades dos EUA em Jeddah.

O líder ucraniano disse a repórteres que a Rússia havia lançado mais de 1,3 mil bombas guiadas, oito mísseis e quase 600 drones de ataque de longo alcance na Ucrânia desde as negociações na Arábia Saudita.

A própria Ucrânia propôs a ideia de cessar-fogo na infraestrutura de energia durante as negociações, ele acrescentou.

“Isso fazia parte da nossa proposta para o céu e para o mar. Com a mediação do lado americano, se eles forem os garantidores do controle sobre a implementação deste cessar-fogo”, disse ele.

Diplomacia por telefone

Zelensky disse que, após o telefonema de Putin e Trump, ele falou por telefone com o presidente da França, Emmanuel Macron, e com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, ambos aliados europeus importantes.

“Acho que será correto termos uma conversa com o presidente Trump e sabermos em detalhes o que os russos ofereceram aos americanos ou o que os americanos ofereceram aos russos”, afirmou ele.

Ele também disse aos repórteres que esperava que os parceiros de Kiev não cortassem a assistência militar vital para a Ucrânia.

“Estamos em comunicação constante. Estou confiante de que não haverá traição de nossos parceiros e que a assistência continuará”, disse ele.

Ele fez o comentário quando questionado sobre um comentário anterior de Putin, que enfatizou que qualquer resolução do conflito exigiria o fim de toda a assistência militar e de inteligência à Ucrânia.

Zelensky disse que a demanda de Putin, bem como outra que busca restringir a campanha da Ucrânia para recrutar civis para as forças armadas, parecia destinada a enfraquecer a Ucrânia.

Análise: É difícil substituir EUA em aliança com a Ucrânia | CNN PRIME TIME

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