PP aprova federação com União Brasil; partidos poderão ter maior bancada da Câmara

Os dirigentes do PP deram aval nesta terça-feira, 18, à proposta de *formar uma federação com o União Brasil*. A informação foi publicada pelo senador Ciro Nogueira (PI), presidente da legenda.

“Após intensa discussão, deputados federais, senadores e presidentes de diretórios estaduais decidiram, por unanimidade, dar pleno aval à presidência do partido para prosseguir as tratativas no sentido de consolidar a criação da federação”, escreveu o parlamentar em sua conta no X (antigo Twitter).

A consolidação do acordo depende agora do aval do União Brasil. Caso seja efetivada, a federação terá a *maior bancada da Câmara, com 109 deputados* (59 do União e 50 do PP) e a *terceira maior do Senado, com 13 integrantes* (seis do PP e sete do União), atrás apenas de PSD e PL, que têm 15 nomes cada.
Ela também terá o *comando de quatro ministérios*. Além dos Esportes, sob tutela do PP, as pastas da Integração Regional, do Turismo e das Comunicações são chefiadas por políticos do União Brasil.
O provável acordo entre as siglas, no entanto, passa por um movimento de dirigentes que têm se consolidado como *opositores do governo Lula (PT)*. Em entrevista recente, Nogueira tornou público seu desejo de desembarcar da Esplanada e afirmou que outros partidos do “centrão” poderiam tomar o mesmo rumo — incluindo o União.
O que muda para os partidos
A federação é um dispositivo criado na *reforma eleitoral de 2021* como forma de permitir que os partidos se organizem e preservem sua atuação política após as restrições que foram estabelecidas com a *cláusula de desempenho e o fim das coligações em eleições proporcionais* — aquelas em que os representantes do Legislativo são eleitos –, ambos decretados em 2017.
Para formar uma federação, dois ou mais partidos devem chegar a um acordo e se registrarem como tal no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em um acordo com validade de quatro anos.
A partir do registro, as legendas envolvidas preservam suas próprias estruturas partidárias (como os filiados e as sedes de diretórios), mas ficam obrigadas a *lançar candidaturas únicas para cargos majoritários* — prefeito, governador e presidente –, independentemente da região do país, bem como orientar em conjunto as votações no Congresso. Além disso, elas dividem os recursos do *fundo partidário e o tempo de propaganda no rádio e na televisão* no período.
Nas extintas *coligações para eleições proporcionais*, vale lembrar, as siglas se agrupavam em um pleito e formavam, em cada cidade ou estado, listas conjuntas de candidatos a vereadores e deputados, obtendo o montante total de votos e sua distribuição por todos os concorrentes. Não havia necessariamente um alinhamento político e, fechadas as urnas, elas não precisavam manter qualquer tipo de laço.
Até o momento, há *três federações em vigor no país*, todas formadas em 2022. A principal delas reúne PT, PCdoB e PV, e as demais são integradas por PSDB e Cidadania, e PSOL e Rede.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.