“Solução virá dos EUA” diz Eduardo Bolsonaro

Deputado afirma que vai se licenciar do cargo e pedir asilo nos EUA. Ele se diz perseguido pelo STF, embora não seja alvo de nenhuma acusação e a PGR tenha rejeitado pedido para apreensão de seu passaporte.O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, anunciou em postagem nas redes sociais nesta terça-feira (18/03) que vai se licenciar do mandato parlamentar para permanecer nos Estados Unidos e disse que pretende pedir asilo político no país.

O terceiro deputado mais votado no estado de São Paulo nas últimas eleições disse que sua licença é temporária, e que vai abrir mão de receber o salário de deputado de R$ 46.366,19.

O deputado teceu fortes críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito que investiga Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado democrático de direito. Eduardo, porém, não é alvo da investigação.

Na postagem, Eduardo disse que teme ser preso por ordem do STF e que durante seu período de ausência vai se concentrar em “buscar as justas punições a Alexandre de Moraes e a sua gestapo da Polícia Federal”.

“Irei me licenciar, sem remuneração, para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, afirmou.

Em entrevista à emissora CNN, ele afirmou que não pretende voltar ao país tão cedo. “Não tenho voo de volta para o Brasil. Devo fazer o pedido de asilo político ao governo dos Estados Unidos”, disse.

Horas mais tarde, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, negou um pedido do Partido dos Trabalhadores (PT) para apreender o passaporte de Eduardo Bolsonaro. O partido alega que ele usa viagens internacionais para instigar políticos americanos contra o STF.

“Solução virá daqui dos EUA”

Em entrevista ao canal da Revista Oeste no YouTube, o deputado disse que os EUA teriam meios de garantir a liberdade de expressão. “Eu acho que a solução vai vir aqui dos Estados Unidos para resgatar as nossas liberdades no Brasil”, disse.

Seu pai, Jair Bolsonaro, disse na mesma entrevista que isso “é impossível. Precisamos de ajuda de fora”, afirmou. “Eu prefiro ele nos EUA livre do que ameaçado aqui dentro do Brasil”, afirmou, sobre a decisão de seu filho, embora não haja sinais de qualquer ameaça a Eduardo.

O deputado disse que “não tem a mínima possibilidade de voltar ao Brasil” e que o país “não é um seguro” para fazer oposição. “O Alexandre de Moraes, como a gente sabe, ele é só um psicopata, então não tem a menor possibilidade de voltar. Mesmo com o PGR sendo contra a apreensão do passaporte.”

Não há, porém, nenhuma evidência de que Eduardo seria preso. O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) chegou a pedir prisão preventiva dele à PGR, mas Moraes afirmou não via indícios de crimes de Eduardo e que, portanto, não havia motivo para qualquer medida contra ele.

Eduardo Bolsonaro não especificou quanto tempo pretende permanecer nos EUA. Contudo, segundo o regimento interno da Câmara dos Deputados, esse tipo de licença por motivos pessoais pode durar no máximo 120 dias, período após o qual ele deve retornar ao país ou então ser substituído por um suplente.

rc (ots)

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