Fernanda Torres na Lagoa e a polêmica com fã: sorrir é obrigação?

“Tá se achando”. “Esqueceu de onde veio”. “Se fosse fulano, jamais faria isso”.

A internet tem suas próprias regras, e uma delas – talvez a mais cruel – é o direito automático de posse sobre a vida alheia. Artista, então, que ouse não sorrir, que ouse ter um momento de introspecção, que ouse ter qualquer deslize traço de fragilidade humana. O tribunal virtual está pronto para o julgamento.

O caso da vez? Fernanda Torres. A atriz, recém-saída de uma maratona exaustiva na campanha do Oscar por Ainda Estou Aqui, voltou à sua rotina de caminhadas na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. Mas, eis que surge uma fã – Edna Atleta – e a experiência não foi a que ela esperava. Em suas redes sociais, publicou a foto ao lado da atriz e disparou:

“Parece que ela só gosta de tirar foto com fãs estrangeiros. No Brasil, não fui bem recepcionada. Sorriso amarelo, cara de poucos amigos… Sem Oscar e sem humildade.”

E pronto. Bastou isso para que alguns internautas começassem a debater se Fernanda Torres é ou não digna de admiração.

Vamos aos fatos: desde o Festival de Veneza, em setembro de 2024, a atriz embarcou em uma maratona de divulgação de seu filme. Dezenas de entrevistas, ensaios fotográficos, eventos oficiais, coletivas de imprensa e tapetes vermelhos. Tudo isso mantendo a pose, o carisma e o sorriso.

Agora, de volta ao Brasil, após meses de exaustão emocional e física, ela tem o direito de simplesmente existir sem corresponder à expectativa constante de estar radiante? Será que é pedir demais ter um momento de privacidade em um espaço público?

A questão aqui é maior do que Fernanda Torres. Trata-se do direito do artista de ser humano. De ter dias bons e ruins. De não estar 100% disponível para selfies e sorrisos forçados. A cobrança que se faz hoje sobre personalidades públicas atingiu um nível impressionante.

E não, isso não significa que estamos defendendo grosseria, maus-tratos ou estrelismo. Artistas que desrespeitam, que tratam fãs com arrogância gratuita ou que demonstram desprezo pelo público certamente devem colher as consequências. Mas entre um extremo e outro, há um espaço de equilíbrio que parece estar sendo ignorado.

Claro, a gente sabe que existem artistas que nunca estão disponíveis para fotos com fãs, que evitam qualquer interação com o público ou a imprensa, e isso sim é um erro. O que a gente bem sabe que nunca foi o caso de Fernanda.

Afinal, o que faz um artista famoso é o reconhecimento do talento – e esse reconhecimento vem, justamente, do público que o acompanha. Se um artista jamais retribui esse carinho, se nunca se dispõe a interagir minimamente com aqueles que o admiram, então há, sim, uma falha digna de crítica. Mas exigir disponibilidade total e constante é outro extremo que também precisa ser questionado.

A era digital parece ter criado uma ilusão de proximidade com figuras públicas, gerando um senso distorcido de posse. Os fãs sentem que têm direito a atenção total, como se os artistas fossem personagens programados para atender suas vontades.

O sociólogo Chris Rojek, no livro Celebrity, discute justamente essa mesma dinâmica e alerta sobre os perigos de transformar o artista em um “bichinho de estimação”, pronto para agradar em qualquer circunstância.

Essa lógica, aliás, tem seus paradoxos. Em alguns casos, as mesmas pessoas que exigem simpatia incondicional são as que, escondidas atrás de perfis anônimos, despejam comentários cruéis, xingamentos e críticas absurdas quando o artista faz algo que não é de seu agrado.

E quando um artista em um momento de lazer não retribui a abordagem com a efusividade esperada, pronto: perdeu a humildade, esqueceu de onde veio, ficou metido.

Talvez, quem sabe, a solução seja a Inteligência Artificial. Algoritmos treinados para sorrir e acenar 24 horas por dia, sem nunca demonstrar cansaço, sem nunca precisar de privacidade – um robô. Até lá, fica a reflexão: será que queremos mesmo tratar pessoas reais como máquinas programadas para nos servir?

Proponho um caminho mais saudável nessa relação. Nem artistas devem desrespeitar seus admiradores, nem fãs devem exigir disponibilidade infinita. Bom senso, empatia e equilíbrio são sempre bem-vindos.

Porque, convenhamos, essa obsessão por cancelamento está ultrapassada. E Fernanda Torres continua brilhando, com ou sem selfie na Lagoa.

Odete vai usar grife

A nova versão de Vale Tudo estreia na Globo em 31 de março, e Odete Roitman, agora vivida por Débora Bloch, promete um guarda-roupa de impacto. O renomado estilista Vitor Zerbinato assina parte dos figurinos, trazendo uma alfaiataria impecável, tecidos nobres e modelagens estruturadas.

A paleta clássica de preto, cinza e marinho ganha toques pontuais de cor, como o ultravioleta. Além disso, a é cintura bem definida, saias lápis, ternos e tailleurs sofisticados, trazendo alguns elementos da alfaiataria masculina para o universo feminino que acompanha a sofisticação da icônica personagem.

Das novelas à mesa-posta

A atriz Luma Costa, afastada da TV desde a novela Sol Nascente (2016) na Globo, agora, faz sucesso no mundo do tableware. Sua marca Casa Costa, conhecida por louças e itens refinados, fez um acordo milionário e passa a integrar o portfólio da Trousseau.

A atriz assume a direção artística da nova linha Trousseau | Casa Costa ao lado de Adriana Trussardi. A primeira coleção sob a nova assinatura será lançada em setembro, com mais de 500 peças exclusivas. “É um reconhecimento do meu trabalho como empresária”, celebra Luma.

Tiffany’s: Blue Box Café em SP

O icônico Blue Box Café, da Tiffany & Co., desembarca em São Paulo! A experiência gastronômica inspirada no clássico Bonequinha de Luxo ficará aberta entre 27 de março e 30 de abril no Shopping Iguatemi, em frente à nova loja da joalheria. O cardápio inclui desde brunchs sofisticados até o exclusivo “Tea at Tiffany’s”, com scones, sanduíches finos e seleção de chás especiais. É a chance de viver um momento cinematográfico, em grande estilo.

Até amanhã!

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