Concentração de CO2 na atmosfera é a maior em 800 mil anos

ROMA, 19 MAR (ANSA) – A concentração atmosférica de dióxido de carbono (CO2), principal gás causador do efeito estufa, atingiu o nível mais alto em 800 mil anos, indicando que o mundo está na contramão do caminho para reverter a crise climática.   

A informação está no relatório mais recente da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que diz que a concentração de CO2 na atmosfera em 2023, último ano com dados consolidados disponíveis, chegou a 420 partes por milhão (ppm), 2,3 ppm a mais que em 2022 e 151% acima da média da era pré-industrial.   

Ainda de acordo com a OMM, os níveis de metano e óxido nitroso, outros causadores do efeito estufa, também atingiram os patamares mais altos dos últimos 800 mil anos em 2023.   

“Dados em tempo real de locais específicos mostram que os níveis desses três principais gases de efeito estufa continuaram a aumentar em 2024. O dióxido de carbono permanece na atmosfera por gerações, retendo calor”, disse a organização.   

O relatório também apontou que 2024 provavelmente foi o primeiro ano a superar a marca de 1,5ºC acima da era pré-industrial, com uma temperatura global média 1,55ºC mais quente que o período de referência.   

“Embora um único ano acima de 1,5ºC de aquecimento não indique que as metas de longo prazo do Acordo de Paris estejam fora de alcance, é um alerta de que estamos aumentando os riscos para nossas vidas, economias e para o planeta”, afirmou a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo.   

Além disso, o conteúdo de calor nos oceanos chegou ao nível mais alto em 65 anos de observações. Cerca de 90% da energia capturada por gases de efeito estufa é armazenada nos oceanos, um fenômeno que provoca a destruição de ecossistemas marinhos e perda de biodiversidade e abastece tempestades tropicais.   

Já a taxa de aumento do nível do mar dobrou desde o início dos anos 1990, enquanto a criosfera (parte congelada da superfície terrestre) está “derretendo a um ritmo alarmante”, segundo a OMM. (ANSA).   

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