Gravadora processada por Drake diz que ele “perdeu batalha” contra Kendrick

O Universal Music Group (UMG) está solicitando a rejeição do processo federal por difamação movido por Drake contra a gravadora em relação à música de sucesso “Not Like Us” de Kendrick Lamar, afirmando em um documento legal que o processo do rapper é uma “tentativa equivocada de curar suas feridas” após ter “perdido uma batalha de rap que ele mesmo provocou”.

Os comentários surpreendentes da Universal vieram em um documento apresentado na segunda-feira (17), no qual a empresa pediu a um juiz para rejeitar o processo por difamação, que Drake apresentou em janeiro.

“Em vez de aceitar a derrota como o artista de rap despreocupado que ele frequentemente afirma ser, ele processou sua própria gravadora em uma tentativa equivocada de curar suas feridas”, diz o processo.

Drake é atualmente representado pela Republic Records, uma divisão da UMG, e Lamar — que não é diretamente citado no processo — é representado pela Interscope Records, outra divisão da UMG.

Em declaração à CNN na terça-feira (18), Mike Gottlieb, advogado principal de Drake, chamou a moção da UMG de “manobra desesperada” para “evitar responsabilização”.

“A UMG quer fingir que isso é sobre uma batalha de rap para distrair seus acionistas, artistas e o público de uma simples verdade: uma empresa gananciosa está finalmente sendo responsabilizada por lucrar com desinformação perigosa que já resultou em múltiplos atos de violência”, dizia a declaração.

A CNN entrou em contato com representantes da UMG para comentar.

A disputa tem origem na briga do ano passado, quando Drake e Lamar trocaram insultos cada vez mais pessoais e não verificados em uma série de músicas. O processo se refere especificamente a “Not Like Us”, na qual Lamar afirmou que Drake era um “pedófilo certificado”, uma alegação que o rapper canadense nega.

A gravadora argumentou que o processo de Drake deve ser rejeitado porque a música de dissing de Lamar, que liderou as paradas, não era difamatória – mas sim “claramente transmite uma opinião não acionável e hipérbole retórica”.

“Músicas de dissing são uma forma de arte popular e celebrada centrada em insultos ultrajantes, e seriam severamente prejudicadas se o processo de Drake fosse permitido prosseguir”, dizia a petição.

Os advogados da gravadora também observaram que Drake “não teve problemas em usar a plataforma da UMG para publicar difamações sobre Lamar durante sua briga de rap”, incluindo alegações não comprovadas de violência doméstica.

Como chegamos a esse ponto

Drake apresentou uma petição prévia em novembro que precedeu seu processo por difamação, na qual alegou que a UMG “conspirou” para impulsionar artificialmente “Not Like Us” de Lamar no Spotify, de acordo com uma cópia da petição obtida pela CNN.

A petição não acusa Lamar de nenhuma irregularidade.

Nela, Drake alegou que a UMG “lançou uma campanha para manipular e saturar os serviços de streaming e as ondas de rádio” com a música de Lamar “para fazer essa música se tornar viral”, e que a gravadora usou “bots” e “acordos de pay-to-play” para alcançar isso.

“Para ser claro, a UMG contesta a alegação de que alguém pagou ou usou bots para inflar streams de “Not Like Us”, já que não há evidência de tal manipulação de streams, e as evidências do registro — apresentadas em um processo legal separado que Drake iniciou contra a UMG, mas depois abandonou no início deste ano — são contrárias”, dizia a réplica da UMG desta semana.

A música faz parte do que se tornou uma briga pública entre Lamar e Drake que começou em outubro de 2023 e se desenrolou ao longo do ano seguinte. “Not Like Us” foi a música de destaque da chamada batalha de rap, estreando em primeiro lugar na Hot 100 quando foi lançada em maio de 2024 e conquistando cinco Grammys em janeiro. Lamar também apresentou a música em fevereiro durante seu Show do Intervalo do Super Bowl em Nova Orleans.

O processo por difamação de Drake, apresentado em janeiro contra a gravadora, acusa a UMG de difamá-lo na publicação e promoção de “Not Like Us”. Ele está buscando danos compensatórios e punitivos.

No processo, Drake cita uma tentativa de invasão que ocorreu em sua casa em Toronto que resultou em um segurança que ele empregava ter sido baleado.

Ele alega que o incidente ocorreu como resultado da UMG lançar uma campanha para “transformar em viral uma faixa de rap que falsamente acusa Drake de ser um pedófilo e pede retribuição violenta contra ele”.

Drake também afirma que enquanto a UMG “se enriqueceu e a seus acionistas explorando a música de Drake por anos e sabia que as alegações sensacionalistas contra Drake eram falsas, a UMG escolheu a ganância corporativa em vez da segurança e bem-estar de seus artistas”.

Em declaração à CNN na ocasião, a UMG negou as alegações de Drake e chamou suas acusações de “ilógicas” e “frívolas”, e disse que planeja “defender vigorosamente este litígio.”

“Ao longo de sua carreira, Drake intencionalmente e com sucesso usou a UMG para distribuir sua música e poesia para se envolver em “batalhas de rap” convencionalmente ultrajantes para expressar seus sentimentos sobre outros artistas”, dizia a declaração. “Ele agora busca usar o processo legal como arma para silenciar a expressão criativa de um artista e buscar indenização da UMG por distribuir a música desse artista.”

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Gravadora processada por Drake diz que ele “perdeu batalha” contra Kendrick no site CNN Brasil.

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