VÍDEO: Indígenas flagram boto-cor-de-rosa encalhado às margens de rio no interior do Acre


Indígenas da etnia Huni-kuin encontraram o animal com dificuldades para nadar no Rio Jordão, próximo das terras indígenas do alto rio Jordão, aldeia Belo Monte. VÍDEO: Indígenas flagram boto-cor-de-rosa encalhado em beira de rio no interior do Acre
Indígenas da etnia Huni Kuin que moram na terra indígena do Alto Rio Jordão , na aldeia Belo Monte, encontraram um boto-cor-de-rosa encalhado às margens do Rio Jordão, no município de mesmo nome, no interior do Acre. O caso ocorreu na última terça-feira (18). (Veja vídeo acima)
📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp
No vídeo, é possível ver os indígenas falando algo em língua própria deles e um deles passa a mão no animal, aparentando fazer carinho no boto.
Leandro de Jesus Lima, chefe de gabinete do vice-prefeito da cidade, recebeu o vídeo e divulgou nas redes sociais. De acordo com ele, os próprios indígenas enviaram o vídeo para que ele visse o ocorrido.
“Inclusive fica a reflexão que se fosse outras pessoas que encontrassem esse animal, poderiam ter feito uma maldade com ele. Já ouvimos muitas vezes aqui no município de Jordão, pessoas que fizeram maldade com esse tipo de animal, porém os povos indígenas respeitam muito, porque esse não é um animal que faz parte do consumo alimentício deles, então eles devolvem para as águas”, disse.
Após verem que o animal tentava voltar ao rio, os indígenas o teriam ajudado. Então, o boto voltou à natureza sem se ferir. “[O animal] está vivo, recebeu ajuda para voltar às águas mais profundas”, complementou.
O Corpo de Bombeiros do Acre (CBMAC) informou que não foi acionado no caso.
LEIA TAMBÉM:
Com seca, pescadores flagram boto rosa às margens de rio; veja vídeo
Boto cai dentro de embarcação em rio durante salto no interior do Acre; veja vídeo
Artista acreano compõe coletânea de quadrinhos ao criar ilustração que conta lenda amazônica do boto
Um ano após mortes na Amazônia, botos ganham chips para monitorar saúde e temperatura da água via satélite
A bióloga Joseline Guimarães explica que esta é a espécie Inia geoffrensis. Ela disse ainda que, atualmente, os dados sobre a conservação da espécie são insuficientes e precisam de mais pesquisas científicas.
“Tem ampla distribuição na América Latina, possui hábitos em grupos e por vezes solitários, principalmente na hora da alimentação. Sua alimentação é bastante diversificada, já foram registrados 50 espécies de peixes, o que torna o boto como uma espécie importante na manutenção do ecossistema”, diz.
Boto foi salvo por indígenas ao encalhar às margens do Rio Jordão, no interior do Acre
Arquivo pessoal
Boto-cor-de-rosa
O boto-cor-de-rosa ou boto-vermelho, como chamam os ribeirinhos, pode chegar a 2,5 metros de comprimento e pesar 160 kg. Todos nascem de cor cinza, a coloração rosa começa a sobrepor, da barriga para as costas, com o amadurecimento sexual, a partir de 6 a 7 anos.
Como os demais cetáceos, os botos evoluíram de animais terrestres que se adaptaram à vida aquática há cerca de 50 milhões de anos, no Período Cenozoico. Espécie endêmica da América do Sul, o boto-cor-de-rosa ocorre numa área de aproximadamente 7 milhões de km².
VÍDEOS: g1
Adicionar aos favoritos o Link permanente.