Caso Vitória: Defesa diz que suspeito afirmou ter sido coagido a confessar

Maicol Antonio Sales do Santos, suspeito pela morte da jovem Vitória Regina de Souza, alega ter sido coagido pela polícia a confessar o crime após a saída de seus advogados.

Segundo a defesa dele, a coação teria ocorrido em um banheiro da delegacia, onde Maicol diz ter sido ameaçado com o envolvimento de sua mãe e esposa no caso Vitória. A defesa sustenta que a polícia usou coação para obter a confissão.

Veja os detalhes do depoimento

Segundo os advogados, Maicol relatou ter sido pressionado a “colaborar” com a investigação sob ameaça de envolvimento de sua família. A defesa nega veementemente a confissão e questiona a condução do inquérito.

Em nota enviada à CNN, os advogados de Maicol negaram formalmente a confissão. Eles afirmam que, “até o presente momento, não houve confissão de autoria ou participação por parte do cliente”, e que as declarações atribuídas a ele sem a presença de seus advogados “ofendem a legislação processual”.

A defesa questiona a ausência de comunicação durante o interrogatório e a realização de um exame psiquiátrico sem autorização judicial. Os advogados argumentam que “a defesa constituída tem direito de participar, mas ninguém foi notificado”. Eles também contestam a perícia psiquiátrica, alegando que a medida é ilegal e arbitrária, citando o artigo 149, parágrafo 1°, do Código de Processo Penal.

Posicionamentos

A defesa considera prematuro questionar a validade da confissão neste momento, afirmando que Maicol é apenas um investigado e não foi formalmente acusado.

Apesar das alegações da defesa, a Polícia Civil de São Paulo confirmou a confissão de Maicol. O delegado Luiz Carlos do Carmo afirmou em coletiva de imprensa que ficou “muito claro que ele era obcecado pela vítima”.

Polícia confirma que suspeito confessou autoria do crime

A polícia divulgou detalhes da suposta confissão, na qual Maicol teria relatado um envolvimento anterior com Vitória, alegando ter sido ameaçado por ela. De acordo com a polícia, Maicol foi único autor do crime.

A CNN pediu um posicionamento para Polícia Civil de São Paulo sobre as alegações de coação e as falas da defesa sobre a condução das investigações, contudo, não houve retorno até o momento. O espaço segue aberto.

Veja quais são as três dúvidas que restam na investigação

A confissão do único suspeito preso pelo assassinato da jovem Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, resolveu o mistério principal da investigação. O motivo, para a polícia, era a obsessão que o homem tinha pela vizinha seis anos mais jovem.

Maicol Antonio Sales dos Santos teria tentado sequestrar Vitória, que reagiu e acabou golpeada com uma faca, tendo seu pescoço ferido, o que levou a morte.

Mas onde aconteceu a agressão violenta? Essa é uma das dúvidas da polícia. A artéria aorta, atingida pela faca, tem potencial para fazer o sangue sair com muita força. Se isso acontecesse no carro, dificilmente a limpeza seria capaz de retirar com precisão manchas nos bancos, portas e teto. Mas o carro estava muito limpo, apenas uma mancha foi localizada no porta-malas.

Saiba quais dúvidas restam na investigação

Relembre o caso

O desaparecimento e a trágica morte de Vitória Regina de Sousa, uma jovem de 17 anos comoveu os moradores de Cajamar (SP). A história começou em 26 de fevereiro, quando a garota, após um dia de trabalho em um shopping local, pegou o ônibus de volta para casa.

Naquela noite, Vitória compartilhou mensagens de texto com uma amiga, expressando o medo que sentia ao perceber que estava sendo seguida por dois homens. Testemunhas relataram ter visto um automóvel com quatro homens seguindo a jovem depois que ela desceu do ônibus.

Após seu desaparecimento, a cidade se uniu em buscas incessantes. A polícia e os familiares, apoiados por diversos agentes, cães farejadores e drones, procuraram por Vitória em todos os cantos da região.

A angústia chegou ao fim em 5 de março, quando o corpo de Vitória foi encontrado em uma área de mata em Cajamar. O corpo da jovem estava em estado avançado de decomposição e apresentava sinais de violência. A jovem estava com a cabeça raspada e sem as roupas.

A Delegacia de Polícia de Cajamar assumiu a responsabilidade pela investigação, trabalhando com diversas hipóteses para o crime. Mais de 18 pessoas foram ouvidas e dois veículos foram apreendidos para perícia.

Veja imagens do sepultamento:

Este conteúdo foi originalmente publicado em Caso Vitória: Defesa diz que suspeito afirmou ter sido coagido a confessar no site CNN Brasil.

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