Em meio a julgamento de Bolsonaro, oposição reage com obstrução

Parlamentares da oposição, aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), começaram, nesta terça-feira (25), uma movimentação de obstrução dos trabalhos na Câmara dos Deputados. O motivo é o julgamento que ocorre no Supremo Tribunal Federal (STF), em que Bolsonaro é um dos denunciados e pode ser tornado réu.

O líder da movimentação é o deputado Zucco (PL-RS). Parlamentares são orientados a não registrar presença no plenário e nas comissões. A única exceção é a comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, comandada pelo deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP).

 

 

A orientação é válida para esta terça e quarta-feira — datas em que o STF estará julgando a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

“A oposição, na Câmara Federal, fará a sua obstrução, como uma ação clara de repúdio ao que nós estamos vendo”, disse Zucco à imprensa, ao final da primeira parte do julgamento.

O parlamentar argumentou que se trata de um julgamento político. “Aqui acreditamos, sim, que podemos reverter na Justiça, porque, até agora, o que parece ser, é que há um movimento político, e não jurídico, em torno das acusações, não só do presidente Bolsonaro, mas também dos demais envolvidos”, pontuou.

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Pela manhã, deputados federais da bancada de oposição ao governo foram ao STF para acompanhar o julgamento da denúncia apresentada contra oito acusados de participação em uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

Alguns parlamentares foram barrados na entrada do STF e impedidos de acompanhar o julgamento na Primeira Turma. Outros conseguiram entrar e acompanhar a sessão.

A tentativa frustrada de acessar o espaço causou tumulto na portaria. Do lado de fora, foi possível ouvir gritos, xingamentos e cobranças para que os deputados fossem autorizados a acompanhar o julgamento.

Na parte da tarde, os parlamentares não estiveram presentes. O motivo foi uma reunião da oposição, marcada às 14h, para alinhamento da proposta de anistia, em especial, o requerimento de urgência.

A bancada de oposição ao governo na Câmara dos Deputados descartou pautar, nesta semana, o requerimento de urgência do projeto de lei que prevê anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro. O presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), está fora, em viagem para a Ásia.

“A oposição vai solicitar ao presidente Hugo Motta, vamos já apresentar as assinaturas do projeto da anistia, o regime de urgência para que seja votado em plenário, porque o que está sendo falado aqui, hoje, pelo lado técnico, mostra que não houve golpe em lugar algum”, concluiu Zucco.

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