Moedas Globais: dólar sobe com dados positivos dos EUA e incertezas sobre tarifas

O dólar sobe ligeiramente no período da tarde desta quarta-feira, 26, mas opera dentro de uma faixa relativamente estreita em relação a uma cesta de moedas, com as incertezas sobre as tarifas dos Estados Unidos. Uma surpresa positiva nas encomendas de bens duráveis aliviou os temores de recessão e deu impulso à moeda.

O índice DXY, que acompanha o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas fortes, avançou 0,35%, para 104,547 pontos. O dólar subia para 150,54 ienes, enquanto o euro cedia para US$ 1,0755 e a libra esterlina caía para US$ 1,2889.

O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, vê o mercado de moedas precificando incertezas por conta das tarifas dos EUA a parceiros comerciais, que serão impostas na próxima semana. Não se sabe quais produtos serão sobretaxados nem em quanto ficarão as alíquotas adicionais, gerando perturbação nos negócios, segundo ele.

As encomendas de bens duráveis nos EUA subiram acima das expectativas dos analistas consultados pela FactSet, que previam queda no período, ajudando a sustentar o avanço da moeda americana.

A libra ampliou perdas ante o dólar mais cedo após o índice de preços ao consumidor (CPI) do Reino Unido vir abaixo do esperado. A moeda ficou relativamente estável após a divulgação do orçamento britânico nesta quarta-feira, com a ministra das Finanças, Rachel Reeves, conseguindo evitar desagradar investidores estrangeiros, segundo Kyle Chapman, analista de câmbio do Ballinger Group.

O euro apresentava desvalorização diante do dólar, e na avaliação do ING, o mercado está subestimando o risco para a moeda europeia das tarifas recíprocas dos EUA, enquanto a moeda americana se mantém em alta por uma possível “seletividade” da sobretaxação.

Já o iene desvalorizava frente ao dólar após o presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, afirmar que a economia japonesa continuará crescendo em um ritmo acima do esperado, mas que há “grandes incertezas em torno da atividade econômica” do país.

Para o analista da ING, Chris Turner, os investidores devem continuar cautelosos ao comprar a lira turca, apesar de as autoridades terem anunciado várias medidas para estabilizar a moeda depois das mínimas recordes na semana passada. As quedas acentuadas da lira após a prisão do rival do presidente turco Recep Tayyip Erdogan, Ekrem Imamoglu, causaram um choque no mercado. “Embora o banco central pareça ter controlado os movimentos da lira agora, o renovado interesse por operações de carry trade – onde investidores tomam empréstimos em moedas de baixo rendimento para comprar moedas com rendimentos mais altos, como a lira – será limitado!”, acrescenta.

*Com informações da Dow Jones Newswires

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