Os outros ex-presidentes brasileiros que tiveram problemas com a Justiça

O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou nesta quarta-feira (26) Jair Bolsonaro o primeiro ex-presidente réu por tentativa de golpe de Estado desde o retorno da democracia, embora vários de seus antecessores também tenham enfrentado a Justiça, a maioria por corrupção.

Desde o fim da ditadura militar (1964-1985), quatro dos sete ocupantes do Palácio do Planalto antes do ex-presidente Bolsonaro (2019-2022) foram condenados, presos ou destituídos.

– Fernando Collor de Mello (1990-1992) –

Primeiro presidente eleito por voto direto após a ditadura, Collor renunciou na metade do seu mandato, depois que o Congresso iniciou um processo de impeachment contra ele por corrupção passiva.

Ao retornar à política, em 2006, como senador, Collor foi condenado mais tarde pelo Supremo a oito anos de prisão por corrupção.

No contexto do escândalo revelado pela Operação Lava Jato, Collor foi condenado por ter facilitado de forma irregular a assinatura de contratos entre uma empresa de construção e uma subsidiária da Petrobras.

– Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010 e terceiro mandato desde 2023) –

Também alvo da Operação Lava Jato, Lula ficou preso por 580 dias, de abril de 2018 a novembro de 2019, após ser condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Acusado de ter recebido um triplex à beira-mar de uma empreiteira em troca de contratos públicos, sua condenação acabou sendo anulada pelo Supremo, que considerou, entre outras coisas, que Sergio Moro, juiz federal que o condenou em primeira instância, havia sido parcial.

A anulação permitiu a Lula disputar e vencer as eleições presidenciais de 2022, contra Jair Bolsonaro.

– Dilma Rousseff (2011-2016) –

Herdeira política de Lula, a primeira mulher eleita presidente do país foi destituída em seu segundo mandato pelo Congresso, que a acusou de maquiar as contas públicas.

A queda forte da popularidade de Dilma – devido, entre outras coisas, à recessão – e as grandes manifestações contra ela prepararam o terreno para a sua saída.

Ainda hoje, a esquerda considera que o processo foi um “golpe de Estado” parlamentar com elementos de misoginia.

– Michel Temer (2016-2018) –

Dilma foi substituída por seu vice-presidente, Michel Temer, que não demorou a ganhar as manchetes por seus problemas com a Justiça.

Acusado de corrupção no âmbito da Lava Jato, Temer se salvou duas vezes, em 2017, de um julgamento no Supremo, graças a um voto desfavorável da Câmara dos Deputados.

Após deixar o poder, Temer foi preso duas vezes em 2019 por obstrução da Justiça, mas, em ambas as ocasiões, foi solto dias depois.

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