Mudança climática contribuiu em parte para as inundações na Argentina, diz estudo

A mudança climática contribuiu em parte para os eventos meteorológicos extremos que provocaram uma inundação inédita no início do mês na cidade argentina de Bahía Blanca, onde pelo menos 16 pessoas morreram e duas crianças seguem desaparecidas, mostrou um estudo científico internacional.

A cidade de 350.000 habitantes foi atingida em 7 de março por uma chuva que duplicou a média anual histórica. A inundação causada pela tempestade arrancou pontes, bloqueou estradas e deixou lama por toda parte, deixando carros empilhados, casas de destruídas e mais de mil pessoas tiveram que ser retiradas.

“O episódio de calor extremo que antecedeu as chuvas teria sido praticamente impossível sem a mudança climática”, informaram nesta quinta-feira 17 cientistas do World Weather Attribution, uma organização internacional que analisa como a mudança climática influencia em eventos meteorológicos extremos.

“No entanto, a influência do aquecimento global na chuva é menos clara”, acrescentaram em um comunicado.

Em março, um choque de massas de ar quente e frio desencadeou uma precipitação maciça que atingiu a província de Buenos Aires, onde está Bahía Blanca, 600 km ao sul da capital argentina.

Nesses dias, vigoravam alertas amarelos pelo calor em várias províncias, entre elas a de Buenos Aires.

A tempestade resultante, que descarregou 300 milímetros de chuva em oito horas, deixou danos de mais de 400 milhões de dólares (2,2 bilhões de reais), segundo o governo local.

“A mudança climática favorece essa prevalência do ar quente e úmido, que com o avanço da frente fria gera enchentes de maior magnitude”, explicou em coletiva de imprensa Juan Rivera, pesquisador do Instituto Argentino de Nivologia, Glaciologia e Ciências Ambientais.

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