PGR pede arquivamento de investigação contra Bolsonaro por fraude em cartão de vacinação

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu, nesta quinta-feira (27), ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento de uma investigação sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta falsificação de certificados de vacinação contra a covid-19.

A decisão foi tomada um dia após o STF decidir abrir um julgamento contra o ex-presidente por tentativa de golpe de Estado, e não afeta esse processo.

Bolsonaro, que tem enfrentado críticas generalizadas pela forma como lidou com a pandemia, que deixou mais de 700.000 mortos no Brasil, estava sendo investigado por supostamente ter ordenado a falsificação de cartões de vacinação para si mesmo, sua esposa e sua filha menor de idade em 2022.

A PGR pediu o “arquivamento” do caso porque ele se baseia “somente” no depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que alegou que o presidente o instruiu a criar registros falsos de imunização, segundo o documento oficial.

O arquivamento do caso “era a única providência adequada em uma investigação que era vazia de qualquer elemento, ainda que pífio, de prova”, disse Paulo Cunha, um dos advogados do ex-presidente.

“Esperamos que as demais investigações tenham o mesmo destino”, acrescentou Cunha.

Cid, ex-braço direito de Bolsonaro, também é a principal testemunha de acusação no caso por supostamente liderar uma organização criminosa que buscava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022.

Segundo a PGR, a investigação sobre a suposta falsificação do cartão de vacinação “difere substancialmente” do caso em que Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe.

No segundo caso, “provas convincentes autônomas foram produzidas pela Polícia Federal, em confirmação dos relatos do colaborador”, explicou a agência.

Bolsonaro pode pegar até 40 anos de prisão no julgamento da tentativa de golpe de Estado.

Cid aceitou um acordo de delação premiada que está sendo questionado pela defesa de Bolsonaro.

O ex-presidente se declara inocente e diz que é vítima de “perseguição”.

Bolsonaro já está inelegível até 2030, mas mantém a intenção de concorrer à presidência nas eleições de 2026, diante da queda de popularidade de Lula.

jss/mr/aa/jc

Adicionar aos favoritos o Link permanente.