Presidente da Síria anuncia novo governo de transição

O presidente da Síria, Ahmed al-Sharaa, anunciou neste sábado um governo de transição, um marco importante na transição do regime de décadas da família Assad e no aprimoramento das relações da Síria com o Ocidente.

As novas autoridades da Síria, lideradas por islamitas, têm sido pressionadas pelo Ocidente e por países árabes a formar um governo que seja mais inclusivo em relação às diversas comunidades étnicas e religiosas do país.

Essa pressão aumentou após os assassinatos de centenas de civis alauítas — a seita minoritária à qual pertence o líder deposto Bashar al-Assad — durante ataques violentos ao longo da costa ocidental da Síria mais cedo este mês.

Mohammed Yosr Bernieh foi nomeado ministro das Finanças, enquanto Hind Kabawat, uma mulher cristã, foi nomeada ministra de Assuntos Sociais e do Trabalho.

O governo manteve Murhaf Abu Qasra e Asaad al-Shibani, que já atuavam como ministros da Defesa e das Relações Exteriores, respectivamente, no gabinete provisório anterior que governava a Síria desde que Assad foi deposto em dezembro por uma ofensiva relâmpago dos rebeldes.

Em janeiro, Sharaa foi nomeado presidente interino e se comprometeu a formar um governo de transição inclusivo que reconstruiria as instituições públicas devastadas da Síria e conduziria o país até as eleições, que ele afirmou que podem levar até cinco anos para serem realizadas.

O governo não terá um primeiro-ministro, e a expectativa é que Sharaa lidere o poder executivo.

Este mês, a Síria emitiu uma declaração constitucional, destinada a servir como a base para o período interino liderado por Sharaa. A declaração manteve um papel central para a lei islâmica e garantiu os direitos das mulheres e a liberdade de expressão.

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