Administração curda questiona legitimidade do novo governo da Síria

A administração autônoma curda, que governa grande parte do norte e nordeste da Síria, questionou neste domingo (30) a legitimidade do novo governo formado pela coalizão islamista que derrubou Bashar al Assad.

No sábado, Ahmed al Sharaa, que assumiu o poder à frente de uma coalizão islamista que derrubou Assad em 8 de dezembro, disse que queria “construir um Estado forte e estável” ao apresentar os membros do novo governo.

O gabinete, composto por 23 ministros, a maioria árabes sunitas, tem apenas um ministro curdo, que não vem dos territórios controlados pela administração autônoma. A maioria dos cargos-chave foi para pessoas próximas a Al Sharaa.

“O governo anunciado […] tem uma semelhança impressionante com seu antecessor, pois continua sem considerar a diversidade síria”, disse a administração curda em um comunicado, um dia após o anúncio da formação do novo Executivo.

“Não nos consideramos respeitados pela aplicação ou execução das decisões emanadas daquele governo”, acrescentou.

Em meados de março, a administração curda chegou a um acordo com o governo de Al Sharaa para integrar suas instituições ao Estado, já que o novo governo estabeleceu a meta de unificar o país após mais de 13 anos de guerra civil.

No entanto, alguns analistas temem que esse acordo não dê em nada. Os curdos, uma minoria que representa 15% da população, já expressaram suas críticas à Constituição, que concede plenos poderes ao presidente por um período de transição de cinco anos.

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