1º de Abril: mMédica que quase morreu em bariátrica ensina 6 mentiras sobre emagrecimento

Aos 46 anos de idade, mãe de uma menina de quase dois anos e um garoto de 12, a Dra. Ana Luiza Vilela sentencia: “depois de quase morrer descobri meu propósito de vida que é cuidar das pessoas”. A médica formada em Cirurgia Geral e Gastroenterologia pela Beneficência Portuguesa de São Paulo hoje dedica a vida exercendo a medicina integrativa por meio da Nutrologia, depois de ter ficado em coma e na UTI após uma bariátrica mal sucedida anos atrás.

Depois de chegar a 125 kilos e sofrer com depressão e síndrome do pânico, Ana tinha indicações para a realização da cirurgia: IMC alto e comorbidades associadas a ele como hipertensão, pré-diabetes e problemas articulares, além dos transtornos psicológicos, mas teve complicações na mesa no auge dos seus 26 anos de idade. “Durante o procedimento, a parede do esôfago foi rasgada e como o órgão tem artérias muito grandes, comecei a sangrar por dentro, mas ninguém viu. Acordei vomitando sangue e só sobrevivi porque estava em um bom hospital e assistida por uma equipe médica competente, que me levou novamente ao centro cirúrgico para tentar reverter o processo”.

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Na busca por cessar a hemorragia, os médicos tentaram desfazer a cirurgia sendo que ela ficou três dias em coma induzido e mais 20 dias na UTI, sem poder se alimentar. “Eu fiquei com o ônus da bariátrica, sem um pedaço do estômago, do duodeno e do intestino, mas sem o bônus. Como lutei contra a obesidade por anos, investi em conhecimento e dessa forma já atendi mais de 10 mil pacientes totalizando a perda de 60 toneladas de peso transformando suas vidas com saúde. Em tempos de busca por atalhos para chegar ao peso ideal, é preciso ter cautela”.

A especialista em Nutrologia pelo Instituto Garrido Endocrinologia e Hospital das Clínicas da USP e especialista em Nutrição Clínica e Metabólica pelo GANEP elencou as 6 maiores mentiras que te contam sobre a luta contra a obesidade, já que ela venceu a balança ao perder 60 kilos com reeducação alimentar.

1 – Existe milagre em forma de remédio

“Não. Diante do modismo das canetas para emagrecer é preciso ficar um alerta: cada paciente é único e o que é bom para um pode não ser o ideal para outro e vice-versa. Independente da muleta que você escolher para te ajudar a perder peso, hora ou outra você vai ter que largar esse apoio. As canetas, na minha opinião, podem ajudar a impulsionar a perda, mas não são a solução final”.

2 – Bariátrica resolve a vida de uma vez por todas

“Nunca. É claro que ajuda demais na transformação de vida, mas é preciso entender que para sempre você terá que modificar seus hábitos. No meu caso tive uma intercorrência na cirurgia, mas mesmo quem opera e fica tudo bem tem que seguir à risca acompanhamento nutricional e médico, e fazer dieta e exercícios para manter o corpo. Não tem atalho e eu não condeno o método, só, como repito, cada intervenção deve ser estudada e analisada pela equipe e pelo paciente”.

3 – Cortar carboidratos é a chave para emagrecer

“Mito! Carboidratos são fonte de energia essencial. Cortá-los drasticamente pode causar fadiga, irritabilidade e deficiências nutricionais. Você sabia que o cérebro usa glicose (proveniente dos carboidratos) como principal fonte de energia? Opte por carboidratos complexos (integrais, legumes, frutas), que liberam energia gradualmente e promovem saciedade”.

4 – Alimentos Diet e Light são sempre saudáveis

“Mentira. Esses alimentos podem ter menos calorias ou açúcar, mas frequentemente contêm mais sódio, gorduras ou adoçantes artificiais. Ainda, muitos produtos “diet” são voltados para diabéticos, não necessariamente para quem busca emagrecer. Sendo assim a dica é leia os rótulos com atenção e compare as informações nutricionais com os produtos tradicionais”.

5 – Pular refeições ajuda a emagrecer

“De jeito nenhum! Pular refeições pode levar a compulsões alimentares e diminuir o metabolismo, dificultando a perda de peso. O corpo interpreta o jejum prolongado como sinal de escassez e armazena mais gordura como reserva. Faça 5 a 6 refeições menores ao longo do dia, com intervalos de 3 a 4 horas”.

6 – Comer à noite engorda mais

“Esse pensamento está errado. O que engorda é o excesso de calorias, independentemente do horário. O metabolismo é mais lento à noite, mas ainda assim queima calorias então eu sugiro que você faça um jantar leve e equilibrado, evitando alimentos pesados e ricos em gordura”, finaliza a médica.

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