O Irã realizou mais que o dobro de execuções nos primeiros três meses de 2025 do que no mesmo período do ano anterior, afirmou uma ONG nesta sexta-feira (4).
A organização Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega, advertiu que o uso da pena de morte na República Islâmica voltou a aumentar em um momento de tensão internacional.
Nos primeiros três meses de 2025, pelo menos 230 pessoas, incluindo oito mulheres, foram executadas, principalmente por acusações de assassinato e relacionadas ao tráfico de drogas, disse a ONG. No mesmo período de 2024, foram registradas 110 execuções.
A ONG informou que entre as 59 pessoas executadas em março havia cinco mulheres, entre elas, uma de 24 anos acusada de matar o homem com quem foi obrigada a se casar.
O diretor da IHR, Mahmood Amiry-Moghaddam, alertou que o Irã poderá realizar mais execuções, aproveitando “a atenção pública sobre as tensões com os Estados Unidos”, que não descartou uma ação militar contra seu programa nuclear.
Segundo o IHR, o Irã executou pelo menos 975 pessoas no ano passado, o maior número desde que a organização começou os registros na República Islâmica em 2008.
Grupos de defesa de direitos humanos, que afirmam que o Irã é o país com mais execuções no mundo depois da China, acusam as autoridades de usar a pena de morte para semear o medo entre a população, especialmente após os protestos que eclodiram em todo o país em 2022.
O número de mulheres executadas também aumentou, com 31 enforcadas em 2024, o maior número em 17 anos, segundo o IHR. Muitas foram condenadas por matar parceiros abusivos ou maridos com quem foram forçadas a se casar.
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