Cúmplices acusam ‘louva-a-deus’ brasileira de matar ex na Itália

MILÃO, 7 ABR (ANSA) – Mais dois cúmplices de Adilma Pereira Carneiro acusam a brasileira de ser a idealizadora do homicídio de Fabio Ravasio, morto em agosto passado em Parabiago, Lombardia, norte da Itália.   

No depoimento dado nesta segunda-feira (7) ao tribunal de Busto Arsizio, tanto Fabio Oliva quanto Mirko Piazza afirmaram que a “louva-a-deus de Parabiago” convenceu todos os sete supostos cúmplices a atropelar e matar o homem, ex-namorado da acusada, de modo que o assassinato simulasse um acidente de trânsito.   

Segundo o promotor do caso, Ciro Caramore, Oliva, que é mecânico de profissão, teria feito reparos no carro usado no crime, informação que foi confirmada hoje pelo suspeito.   

“Me pediram para arrumar o carro após um acidente anterior.   

Eu não sabia nada sobre o plano para matar Ravasio. Naquele momento, compreendi: me disseram que o carro servia para matá-lo. Não acreditei naquilo”, declarou Oliva, que trocou a bateria do veículo e um farol “a pedido da própria Adilma”.   

De acordo com o suposto cúmplice, na noite de 9 de agosto de 2024, data do crime, ele teria recebido um telefonema de Massimo Ferretti, ex-amante da brasileira que também é investigado por participação no homicídio. Este teria dito que “Ravasio estava em situação crítica no hospital de Niguarda” e que Oliva deveria “consertar o carro mais uma vez”.   

Ao compreender o que tinha acontecido, o mecânico, após se negar a receber o veículo, teria viajado, sendo preso com outros dois suspeitos três semanas após o falecimento da vítima.   

Durante o interrogatório naquela ocasião, ele afirmou que “não sabia de nada”.   

“Menti ao Ministério Público e peço desculpas por isso. Eu errei e assumo minha responsabilidade. Também quero pedir perdão aos pais de Ravasio”, disse Oliva em seu novo depoimento.   

Já Piazza afirmou no tribunal nesta segunda que a “louva-a-deus” queria a morte de seu então namorado.   

“Adilma me disse que queria matar Ravasio. Me disse que precisava simular um acidente. Certo dia, me chamou a sua casa para detalhar o plano”, contou Piazza.   

Segundo o acusado, ele “deveria ter ficado de vigia para saber quando Ravasio apareceria de bicicleta na rua onde foi encenado o falso acidente”.   

Além de Oliva e Piazza, outro suposto cúmplice de Adilma no mesmo crime e também seu amante, Massimo Ferretti, já acusou a brasileira em juízo de ser a idealizadora do crime.   

Também são investigados por participação no assassinato de Ravasio Marcello Trifone, atual marido da brasileira; o filho da acusada, Igor Benedito; Fabio Lavezzo e Mohamed Daibi.   

Segundo as investigações, no carro estavam todos os réus, com exceção de Piazza, que avisou o motorista sobre a aproximação de Ravasio, e de Daibi, que se jogou no chão para fingir um mal-estar, atrapalhar o trânsito e facilitar a fuga do veículo dirigido por Benedito.   

De acordo com o MP, a mulher, que teria planejado o assassinato durante meses, queria ficar com o patrimônio de seu namorado, avaliado em cerca de 3 milhões de euros, entre propriedades e um comércio na cidade de Magenta, também na região da Lombardia. Ela alega inocência.   

Enquanto Adilma e seus cúmplices são julgados pelo caso de Parabiago, a Justiça italiana reabriu a investigação sobre a morte de um ex-marido da brasileira, Michele Della Malva, em dezembro de 2011.   

Para o MP, o falecimento do homem, inicialmente atribuído a um infarto, pode ter sido provocado por envenenamento a mando da “louva-a-deus”, que teria sido executado pelo ex-amante dela e ex-cunhado da vítima, Maurizio Massè, que também está preso.   

(ANSA).   

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