Autoridades calculam que há 22 mil traficantes e guerrilheiros na Colômbia

As maiores guerrilhas e organizações de traficantes da Colômbia somam quase 22 mil membros entre combatentes e redes de apoio, em meio a um recrudescimento do conflito armado, segundo dados de inteligência militar divulgados nesta segunda-feira (7).

A Colômbia sofre com uma guerra interna de mais de meio século e atravessa seu pior pico de violência desde a assinatura do acordo de paz com a guerrilha das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em 2016.

A maior organização é o Clã do Golfo, de origem paramilitar, com “mais de 7.500 indivíduos”, disse o almirante Francisco Cubides, comandante das Forças Militares, em entrevista ao jornal El Espectador.

Considerado o maior cartel do país e o maior produtor de cocaína do mundo, o Clã se autodenomina Exército Gaitanista da Colômbia. Tem cerca de 2.400 combatentes e o resto são redes de apoio, detalhou Cubides.

Desde que chegou ao poder em 2022, o presidente de esquerda Gustavo Petro realizou negociações de paz com todas as organizações ilegais. Mas a maioria dos processos estão estagnados, incluindo o do Clã do Golfo, que começou no ano passado e não apresenta maiores avanços.

O segundo grupo mais numeroso é o Exército de Libertação Nacional (ELN), com 6.200 colaboradores.

Petro suspendeu em janeiro os diálogos que mantinha com essa guerrilha desde 2022, depois de uma violenta investida desse grupo contra uma dissidência das Farc na fronteira com a Venezuela que deixou 78 mortos e 55 mil deslocados.

Segundo Cubides, a maior dissidência das Farc, o Estado-Maior Central, tem cerca de 3.200 integrantes. Este grupo se dividiu em dois no ano passado quando o líder, conhecido como Iván Mordisco, abandonou a mesa de diálogo iniciada em 2023.

A facção leal a Mordisco intensificou sua ofensiva contra o Estado. Outro bando liderado pelo guerrilheiro conhecido como Calarcá, com 2.400 colaboradores, se mantém no processo de paz.

A Segunda Marquetalia, outra dissidência das Farc, tem 2.100 combatentes. Essa facção foi fundada pelo histórico líder guerrilheiro Iván Márquez, que voltou à luta armada após firmar a paz.

No total, os grupos armados ilegais contam atualmente com cerca de 21.900 integrantes, assegurou Cubides.

Aproximadamente 230 mil militares e 180 mil policiais estão “na ofensiva” para responder à violência das organizações, acrescentou.

Em entrevista à AFP em março, o ministro da Defesa Pedro Sánchez reconheceu que, enquanto os grupos armados ilegais estão crescendo, as forças armadas “estão mais fragilizadas”.

Em 2021, o centro de pesquisa Indepaz calculou o número de combatentes em mais de 10 mil.

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