Ex-capitão do Costa Concordia desiste de pedir semiaberto

ROMA, 8 ABR (ANSA) – O ex-capitão Francesco Schettino, condenado a 16 anos e um mês de prisão pelo naufrágio do navio Costa Concordia, tragédia com 32 mortos ocorrida em janeiro de 2012, na Itália, desistiu de pedir a progressão para o regime semiaberto.   

Segundo a advogada do ex-comandante, Francesca Carnicelli, a renúncia se deu por conta de “dificuldades com a proposta de trabalho que havia sido submetida” à Justiça.   

“O procedimento foi encerrado”, disse Carnicelli, acrescentando que a desistência partiu do próprio Schettino “porque não havia mais condições”. “No futuro, se houver pressupostos para propor isso de novo, nós faremos”, acrescentou a advogada.   

Condenado de forma definitiva em 2017, o ex-capitão cumpre a sentença na penitenciária de Rebibbia, em Roma, e já pode usufruir de saídas temporárias da cadeia por bom comportamento.   

Relembre – O Costa Concordia se chocou contra as rochas na costa da ilha de Giglio, um paradisíaco destino turístico na região da Toscana, na noite de 13 de janeiro de 2012, o que o fez tombar lateralmente no mar.   

O corpo da última vítima só foi encontrado em novembro de 2014, quando o navio já estava sendo desmontado em um estaleiro em Gênova, na Ligúria. Além disso, durante dois anos e meio, os moradores de Giglio tiveram de conviver com a presença intimidadora de um transatlântico de milhares de toneladas encalhado em seu litoral.   

Na sentença contra Schettino, a Suprema Corte disse que o ex-capitão manteve uma rota e velocidade “totalmente inadequadas”, com o objetivo de fazer uma “saudação à ilha de Giglio”, prática comum em navios de cruzeiro.   

No entanto o transatlântico se aproximou demais das rochas e acabou encalhado, após Schettino não ter observado o “nível de diligência, prudência e perícia necessário”, segundo a Justiça.   

Ele também ganhou o apelido de “capitão covarde” por ter abandonado o Costa Concordia antes da conclusão do resgate dos passageiros. Em uma célebre conversa com o oficial da Capitania dos Portos Gregorio De Falco, o então comandante ouviu a frase “Vada a bordo, cazzo” (“Volte a bordo, caralho”), mas a ignorou.   

(ANSA).   

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