Juscelino Filho pediu demissão do Ministério das Comunicações nesta terça-feira (8) e marcou a décima troca ministerial no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Juscelino deixou o cargo após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar denúncia contra ele por envolvimento em um esquema de desvio de emendas parlamentares por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
O substituto ainda não foi definido. Mas, conforme apurou a CNN, o ministério deve permanecer sob a gestão do União Brasil. Dentre os cotados está o líder do partido na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA).
Das 10 trocas realizadas na Esplanada desde 2023, sete ministros foram demitidos:
- Gonçalves Dias – demitido do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
- Daniela Carneiro – demitida do Ministério do Turismo
- Ana Moser – demitida do Ministério do Esporte
- Márcio França – realocado do Ministério de Portos e Aeroportos para o Empreendedorismo
- Flávio Dino – deixou o Ministério da Justiça para assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF)
- Silvio Almeida – demitido do Ministério dos Direitos Humanos
- Paulo Pimenta – demitido da Secretaria de Comunicação Social (Secom)
- Nísia Trindade – demitida do Ministério da Saúde
- Alexandre Padilha – realocado da Secretaria de Relações Institucionais para o Ministério da Saúde
- Juscelino Filho – demitido do Ministério das Comunicações
Relembre os casos
Gonçalves Dias
O primeiro ministro a deixar o governo foi o general Gonçalves Dias, que comandava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Ele deixou o cargo após a CNN divulgar filmagens do circuito interno do Palácio do Planalto no dia dos ataques de 8 de janeiro. O vídeo mostrava o ex-ministro caminhando com invasores pelo prédio.
Daniela Carneiro
Dois meses depois, em junho de 2023, Lula demitiu a então ministra do Turismo, Daniela Carneiro.
Após ela pedir desfiliação do União Brasil, a legenda pressionou o Planalto por uma troca, de forma a manter o ministério sob gestão da legenda. Foi nomeado Celso Sabino em seu lugar.
Minirreforma
Em setembro de 2023, Lula fez uma minirreforma ministerial para ampliar o apoio do centrão e garantir votos no Congresso. Ana Moser deixou o Ministério do Esporte para a entrada de André Fufuca (PP).
Silvio Costa Filho (Republicanos) assumiu Portos e Aeroportos, antes comandado por Márcio França, que foi realocado para o recém-criado Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
Dino no STF
A quinta mudança ministerial ocorreu em fevereiro de 2024, quando Lula indicou o então ministro da Justiça, Flávio Dino, para o STF, na vaga deixada por Rosa Weber. O ministério passou então a ser comandado por Ricardo Lewandowski.
Silvio Almeida
Já em setembro de 2024, o então ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi demitido após ser acusado de assédio moral e sexual.
Paulo Pimenta
Em janeiro de 2025, Lula demitiu o então ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta, e nomeou o publicitário Sidônio Palmeira, que atuou em sua campanha de 2022.
A mudança teve como objetivo modernizar a comunicação do governo, ampliar sua presença nas redes sociais e conter a disseminação de notícias falsas.
Nísia Trindade
Em fevereiro, a ministra Nísia Trindade foi demitida do Ministério da Saúde e substituída por Alexandre Padilha.
A troca foi motivada por pressões internas e do próprio Lula para dar à pasta um viés mais “político” e concretizar entregas consideradas prioritárias por Lula.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Juscelino Filho é a décima troca ministerial do Lula 3; relembre as outras no site CNN Brasil.