A creatina é um dos suplementos mais consumidos pelo público que faz exercício físico, sobretudo aqueles que buscam hipertrofia muscular. A substância é conhecida por seus benefícios para o aumento de força e ganho de massa muscular, além de potencializar a resistência e a performance física durante os treinos.
Ela pode ser encontrada naturalmente no organismo e é formada por três aminoácidos: a glicina, a metionina e a arginina. É produzida, principalmente, pelo fígado, mas também pode ser encontrada em alimentos como a carne vermelha, peixe e frango.
Apesar de ser frequentemente associada a quem faz musculação, a creatina também pode ser indicada para pessoas com doenças, já que sua atuação contribui para a preservação da função física. A diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e mestre em ciências da saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Marcella Garcez, elencou em entrevista à CNN algumas dessas enfermidades.
“Em portadores de sarcopenia e pessoas com envelhecimento precoce ou acelerado, ela pode ajudar a preservar a massa muscular e melhora função física. Nas pessoas com distúrbios neuromusculares, como Distrofia de Duchenne, ELA e Parkinson, pode ter vários benefícios”, disse a médica, para depois complementar citando as pessoas com dieta vegetariana. “Os vegetarianos, que apresentam menores estoques endógenos e respondem muito bem à suplementação.”
Como a creatina ajuda os celíacos?
A doença celíaca é autoimune, e é caracterizada por acometer o intestino delgado, atingindo cerca de 1% da população e sendo desencadeada pela intolerância ao glúten, que é um conjunto de proteínas presentes naturalmente em cereais.
Segundo Garcez, uma de suas características é a perda de massa muscular causada pela má absorção proteica e inflamação crônica do intestino. É justamente na contenção desses danos que atua a creatina.
“Fadiga muscular e desempenho físico reduzido podem ser melhorados com creatina, independentemente da capacidade de digestão de proteínas. Embora estudos diretos em celíacos sejam escassos, a suplementação pode auxiliar na reabilitação muscular e recuperação da composição corporal, sobretudo em pacientes recém-diagnosticados com desnutrição proteico-calórica”, explica.
A nutróloga indica ainda suplementos alternativos à creatina para os celíacos que buscam — ou precisam — combater a perda muscular. Confira abaixo:
- Beta-alanina, que melhora o desempenho muscular;
- BCAAs, que ajudam na síntese proteica e previnem o catabolismo na má absorção de proteína;
- Suplementos proteicos hipoalergênicos com proteína de arroz ou ervilha, que compensam o déficit proteicos e não contêm glúten
Ela alerta, no entanto, que essas alternativas são adjuvantes: podem ajudar a diminuir a perda muscular, mas não atuam com a mesma função energética da creatina.
*Com informações de Gabriela Maraccini, da CNN
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