Maradona foi mantido como ‘sequestrado’ antes de morte, diz ex

BUENOS AIRES, 9 ABR (ANSA) – Verónica Ojeda, ex-companheira de Diego Maradona, revelou nesta quarta-feira (9), durante o julgamento dos profissionais de saúde acusados de suposta negligência na morte do craque, que pessoas de seu entorno o “sequestraram” meses antes da fatalidade.   

O argentino faleceu em decorrência de um edema pulmonar provocado por insuficiência cardíaca no dia 25 de novembro de 2020, enquanto estava internado em casa após uma neurocirurgia.   

“Toda vez que o via, Diego me pedia ajuda e eu não sabia o que fazer. Eu sabia que o estavam mantendo em cativeiro e ele tinha medo de tudo”, afirmou a mãe do filho mais novo de Maradona, Diego Fernando, de 12 anos, fazendo referência às visitas feitas por ela ao ex-companheiro em 2020, antes da neurocirurgia.   

“Quando eu saía, ele me dizia ‘me leve embora’, ele tinha medo de ficar sozinho”, acrescentou Ojeda, que começou a chorar durante o depoimento.   

Na sequência, a ex-mulher reiterou que a decisão de interná-lo em casa havia sido tomada pelo neurocirurgião Leopoldo Luque e sua equipe e que Maradona havia recebido garantias de que seria tratado como se estivesse em um hospital.   

O depoimento ganhou tons dramáticos quando Ojeda, que ficou com Maradona de 2005 a 2014, relembrou o momento em que soube da morte do ídolo do Napoli: “Ouvi falar disso no rádio enquanto estava no carro com ‘Dieguito’, depois que um jornalista me avisou para ir imediatamente à residência de Tigre. Quando cheguei, entrei no quarto e o encontrei inchado, com espuma na boca. Rezei, saí e desmaiei”, relatou.   

Médicos, enfermeiros, um psiquiatra e um psicólogo são acusados de homicídio simples com dolo eventual, tendo em vista que, para a acusação, eles sabiam que suas ações poderiam resultar na morte do paciente.   

A autópsia determinou que Maradona morreu por causa de um “edema pulmonar agudo em decorrência de uma insuficiência cardíaca congestiva aguda e miocardiopatia dilatada”, uma condição que se desenvolveu e piorou ao longo de vários dias, durante os quais ele não recebeu os cuidados necessários, segundo especialistas. Nos últimos dias, um dos peritos detalhou que o ex-jogador também teria ficado agonizando por aproximadamente 12 horas antes de sua morte. (ANSA).   

Adicionar aos favoritos o Link permanente.