Após seis horas de sessão, Conselho de Ética cassa mandato de Glauber Braga

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados cassou nesta quarta-feira, 9, o mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), acusado de agredir um militante do MBL em abril do ano passado. O pedido de cassação será analisado pelo plenário da Casa.

Depois de mais de seis horas de discussão no colegiado, 13 deputados votaram para cassar Glauber Braga, enquanto 5 votaram contra. Durante a sessão, houve bate-boca entre deputados, críticas ao relator, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), e troca de provocações entre PSOL e parlamentares da direita.

Braga é acusado de agredir Gabriel Costenaro no dia 16 de abril do ano passado. De acordo com o relatório, o parlamentar teria agredido fisicamente o militante após uma discussão.

Na época, Glauber Braga afirmou, em depoimento à Polícia Legislativa, que já havia sido intimidado por Costenaro em outras oportunidades. Ele afirma que tomou a atitude de expulsa-lo da Câmara após ser provocado.

Na delegacia, Braga começou a discutir com o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), que também acusou o psolista de tentar agredi-lo. O caso também foi citado pelo relator do caso.

O deputado fluminense negou as acusações, rebateu o relatório e disse que permanecerá na Câmara dos Deputados até o fim do processo, em espécie de “greve de fome”. Ele foi acompanhado pela deputada Luiza Erundina (PSOL-SP).

“Eu vou permanecer aqui nesta sala, permanecer no Congresso Nacional, até o final do processo. A partir de agora, não vou, até o fechamento deste processo, me alimentar”, disse, em resposta ao relatório.

Em seu relatório, Magalhães disse haver provas de que Glauber começou a provocação e o acusou de quebra de decoro parlamentar pela agressão ao militante. No voto, o relator ainda incluiu outros casos polêmicos, como quando Braga chamou o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (Progressistas-AL) de “bandido”. Outra lembrança colocada no relatório foi uma discussão durante uma sessão da Comissão de Segurança Pública.

“Em apuração, foi o representado quem abortou Gabriel Costenaro nas acusações que se seguiu com a troca de ofensas. E, por mais que o deputado Glauber argumente que repeliu uma injusta agressão, percebe-se nitidamente que ele não agiu de forma moderada”, disse Magalhães.

Com a aprovação no Conselho de Ética, a cassação do mandato de Glauber Braga segue para o plenário da Câmara dos Deputados. Ainda não há data para a votação.

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