Fórum debate os impactos de obras de mobilidade no bairro Mangueirão, em Belém

O Coletivo Paráciclo, que reúne cicloativistas da Grande Belém, promove o 4º Mini-Fórum de Mobilidade de Belém, desta vez levando a pauta da mobilidade urbana e seus impactos para a comunidade do Mangueirão. Em parceria com o coletivo Vagalumes Urbanos, o evento reforça a importância de discutir os desafios do deslocamento da população no contexto da COP 30. O evento é aberto ao público geral.
Entre os tópicos centrais da programação, estão as grandes obras públicas previstas para a região e seus impactos na comunidade: a adequação da Rua das Rosas, que vai se interligar até a Augusto Montenegro; e a duplicação da Rua da Marinha, que vai até a Avenida Centenário.
“São vários impactos que já começaram antes da obra terminar: passamos 30 anos lutando pelo asfaltamento e com essa obra da Rua das Rosas, as máquinas e caçamba estão destruindo a rua que foi asfaltada e deixando os buracos pra trás. Não sabemos se haverá acesso de ciclofaixa, não informam a gente. O aumento da circulação de trânsito, uma consequência inevitável, traz o receio de aumento do índice de acidentes de trânsito”, pontua Ivanilde Silva, à frente da VUCA.
“As crianças não vão mais poder usar a rua pra brincar devido ao fluxo intenso. Além disso, tememos o aumento da violência urbana pelo acesso ligando várias áreas”, completa.
A VUCA é uma organização sem fins lucrativos, que foi fundada em 2012 no Mangueirão, buscando desenvolver as potencialidades artísticas e culturais, com a realização de diversas ações, como oficinas, rodas de conversa, cineclube, jogos educativos, distribuição de sopa e festejos comemorativos.
A intenção do Paráciclo é reunir todos os pontos mais relevantes dos debates nas periferias e levar até o poder público, para que as comunidades sejam, enfim, ouvidas em suas demandas.
“Queremos mostrar às autoridades todas essas pessoas sentem a mesma carência, sentem falta da mesma coisa e têm a mesma reclamação do quanto que elas não são levadas em consideração no planejamento da cidade”, diz Ruth Costa, da diretoria do coletivo.
“Neste ano de COP, a gente tem conseguido ver mais claramente o racismo ambiental acontecendo, várias obras ocorrendo no centro da cidade, e as periferias seguem do mesmo jeito, com muita dificuldade de transporte público. Estamos vendo a articulação para definir sobre aumento de tarifa de ônibus na Grande Belém, e a gente só faz aumentar a tarifa todo ano e os ônibus estão cada dia pior”, critica Ruth Costa.
Na programação, haverá uma visita guiada pela comunidade, onde a VUCA irá apresentar os pontos mais sensíveis de impactos provocados pelas grandes obras de mobilidade na região.
Haverá ainda roda de samba e a intervenção artística da grafiteira Cely Feliz, renomada artista visual paraense que traz obras marcadas pela cultura indígena, negra e periférica da Amazônia.
Serviço: 4° Mini Fórum de Mobilidade de Belém, dia 12 de abril, de 8h às 13h, na EEEF – Assoc. dos Moradores do Jardim Residencial Jaderlar (Travessa Chico Mendes, n° 61).
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