Juíza dos EUA exige ‘medidas’ para retorno de salvadorenho deportado por engano

Uma juíza federal dos Estados Unidos determinou que o governo de Donald Trump “tome todas as medidas possíveis para facilitar o retorno aos Estados Unidos” de um salvadorenho deportado por engano para seu país e que seu paradeiro seja esclarecido nesta sexta-feira (11).

Kilmar Ábrego García, casado com uma americana, foi preso em 12 de março por agentes de imigração e deportado três dias depois, com mais de 200 pessoas, para El Salvador.

O governo Trump acusa a maioria delas de pertencer à gangue venezuelana Tren de Aragua, declarada organização “terrorista” por Washington. Não apresentou provas. Mais tarde, reconheceu perante um tribunal que a expulsão do salvadorenho foi um “erro administrativo”.

Ábrego García vive legalmente nos Estados Unidos desde 2019, quando um juiz decidiu que ele não deveria ser deportado porque estaria em perigo em El Salvador.

O governo alegou que não pode corrigir o erro porque García está detido em El Salvador e o acusa de fazer parte da gangue MS-13, também declarada “terrorista”.

Há uma semana, a juíza federal Paula Xinis decidiu que não há provas de seu envolvimento em gangues e pediu ao governo que “facilite e efetue” a transferência até 7 de abril.

Um tribunal de apelações rejeitou um recurso do governo americano, e o caso foi levado à Suprema Corte, que suspendeu a decisão da primeira instância no mesmo dia, anulando o prazo.

Os nove juízes da Suprema Corte concordaram com a juíza Xinis na quinta-feira. Eles exigiram que o governo “facilite” a transferência “e garanta que sua situação seja tratada como se não tivesse sido transferido indevidamente para El Salvador”.

Porém, pedem que a juíza “esclareça” o que quis dizer com “efetue” em “consideração ao Poder Executivo”.

Em resposta, a juíza Xinis modificou sua decisão inicial na noite de quinta-feira, determinado que o governo Trump “tome todas as medidas possíveis para facilitar o retorno de Ábrego García aos Estados Unidos o quanto antes”.

Também exigiu informações na manhã desta sexta-feira “sobre o paradeiro atual do salvadorenho e a situação pela qual está detido”, além das ações aplicadas ou planejadas para “facilitar seu retorno”.

A magistrada agendou uma audiência sobre o caso para a tarde desta sexta-feira.

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