Em um momento de crescentes tensões no cenário internacional, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Claudia Sheinbaum, do México, anunciaram o fortalecimento da cooperação econômica entre os dois países. O encontro ocorreu na quarta-feira (9), à margem de uma cúpula regional realizada em Honduras, com foco nas respostas da América Latina às políticas comerciais e migratórias dos EUA na gestão de Donald Trump. As informações são da agência Associated Press (AP).
O compromisso dos dois países, que lideram as economias latino-americanas, surge como uma tentativa de reduzir a dependência em relação ao mercado norte-americano.
“Decidimos aprofundar as relações entre nossos dois países promovendo reuniões regulares entre os governos e os setores empresariais do Brasil e do México”, declarou Lula na rede social X, antigo Twitter.

O encontro integrou as discussões da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que reuniu 11 chefes de Estado e 20 delegações para debater estratégias diante do recrudescimento das tarifas globais impostas pelos EUA e das deportações em alta.
“Hoje, mais do que nunca, é um bom momento para reconhecer que a América Latina e o Caribe requerem unidade e solidariedade”, disse Sheinbaum durante a cúpula.
Apesar da suspensão temporária de 90 dias nas tarifas para a maioria dos países — com exceção da China, que foi alvo de uma elevação para 125% — os efeitos do protecionismo norte-americano seguem provocando insegurança entre aliados comerciais. Diversas nações buscam alternativas mais previsíveis de parceria, como é o caso da aproximação entre Brasília e Cidade do México.
A inquietação regional também se estende às políticas migratórias de Trump, que têm sido alvo de ações judiciais e críticas por violações de direitos humanos. Entre as medidas mais polêmicas está a proposta em estudo pela administração norte-americana de utilizar drones para atacar cartéis mexicanos — algo que a presidente mexicana rejeitou com firmeza.
“Não concordamos com nenhum tipo de intervenção ou interferência”, afirmou Sheinbaum, em entrevista coletiva na terça-feira (8).
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