Demanda por produtos durante a Páscoa sobe, mesmo com aumento dos preços

A demanda por produtos tradicionais para a Páscoa deste ano aumentaram, mesmo em um cenário de preços mais altos.

Segundo a JSL, empresa de logística rodoviária, são mais de 1,8 milhão de caixas de ovos de chocolate enviadas para os comércios, representando um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado.

A empresa afirma que, além do chocolate, a demanda por peixes também cresceu, com um adicional de mil toneladas importadas em comparação com os outros meses do ano.

O CEO da JSL, Ramon Alcaraz, disse em entrevista à CNN que ocorreu um aumento do consumo e demanda por esses itens, além de uma alta na produção, o que fez com que a companhia tivesse que ampliar o número de caminhões e trabalhadores nesta época.

Esse movimento ocorre mesmo em um cenário de encarecimento dos alimentos.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no país, desacelerou a 0,56% em março, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (11).

O grupo Alimentação e Bebidas responde por 45% do índice do mês após acelerar a alta a 1,17%, de 0,70% no mês anterior.

Ainda, as altas no valor do cacau em meio a dificuldades para produzir a commodity faz com que os tradicionais ovos de páscoa e outros chocolates fiquem menos acessíveis.

Levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) estimou que os chocolates ficaram mais de 27% mais caros, enquanto os bombons têm um aumento de 13,5% e os ovos de páscoa avançaram 9,5%.

“A economia não está bombando, digamos assim, mas ela também não está ruim. A gente teve um primeiro trimestre muito bom, e maior, inclusive, do que o ano passado. O consumo poderia estar melhor? Poderia. Mas ele não diminuiu proporcionalmente”, acrescentou Alcaraz, citando a resiliência do mercado de trabalho.

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras), afirmou que o consumo nos lares brasileiros caiu 4,25% em fevereiro deste ano na comparação com o mês anterior, mas teve um avanço de 2,25% quando comparado a fevereiro do ano passado.

O CEO da JSL também destacou alguns desafios sentidos pelo setor, e o maior deles é o atual patamar da Selic — taxa básica de juros, em 14,25% ao ano.

“Somos uma empresa que cresce dois dígitos há vários anos e para isso precisamos fazer investimentos, que captam dinheiro. Mas, o custo de capital aumentou muito no último ano em função da taxa de juros e isso dificulta o nosso negócio”, disse Alcaraz.

Além da Selic, o valor do diesel e o aumento nos preços das peças de veículos impactam o negócio e aumentam a receita.

Alcaraz ainda falou que as tarifas impostas pelos Estados Unidos podem ser um risco, mas também uma oportunidade.

“A gente está olhando com uma certa apreensão, mas ainda estamos aguardando. Não teve nenhum efeito prático ainda para nós”, disse.

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