Coachella: Alok teme remoção de visto de artistas internacionais nos EUA

O DJ Alok, 33, levou uma mistura radiante de batidas de música eletrônica ao palco do Coachella Valley Music and Arts Festival no sábado (12), apesar dos crescentes temores de artistas internacionais sobre o futuro de se apresentar na América.

“Para mim, como brasileiro, sempre foi difícil conseguir um visto. Então, para nós, não mudou muito”, disse Alok à Reuters durante uma entrevista nos bastidores do Coachella, realizado no sul da Califórnia.

“Mas, claro, para a Europa e outros, eles mudaram as regras, certo?”, acrescentou.

Ele ouviu falar sobre outras apresentações no Coachella sendo canceladas em 2025 devido a problemas com vistos e se sente afortunado por ter conseguido chegar ao festival quando outros artistas internacionais não puderam.

Na primeira semana de abril, a cantora FKA Twiggs, que estava programada para se apresentar no Coachella, cancelou sua participação. Ela disse que estava desistindo devido a “problemas com vistos” na plataforma de mídia social Instagram. A britânica também cancelou toda a sua turnê norte-americana.

Com o governo Trump cancelando rapidamente os vistos de estudante internacional de ativistas pró-Palestina, bem como revogando o status legal de 530.000 cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos, artistas musicais internacionais também descobriram que não estão imunes.

Em março, o baixista da banda punk rock britânica UK Subs, Alvin Gibbs, compartilhou na plataforma de mídia social Facebook que eles teriam sido impedidos de entrar nos Estados Unidos enquanto viajavam para sua apresentação no LA Punk Invasion 2025.

Apesar das políticas de visto em evolução que se avizinham, Alok não se preocupou com o futuro durante sua apresentação. Ele elevou sua música a um novo patamar.

Se o brasileiro tradicionalmente usa projeções de LED para criar fileiras de dançarinos de fundo artificiais para seus sets musicais, para sua apresentação no Coachella, ele evoluiu a performance com artistas ao vivo dançando ao ritmo de suas batidas.

“Foi muito desafiador. Estou muito acostumado a fazer muitas coisas malucas nos shows, integrando muito com novas tecnologias, mas esta com certeza foi a mais difícil”, disse Alok.

“Estamos lidando com tecnologia humana e a sincronização. Mas também é algo bonito porque, uma vez que estamos conectados na mesma sinergia, com o mesmo propósito, podemos fazer coisas extraordinárias”, acrescentou, mencionando o desejo de manter a performance humana em vez de depender demais da inteligência artificial.

“A arte é feita pela alma”, disse o cantor, acrescentando mais tarde seu apreço por sua artista convidada, a cantora americana Ava Max.

Alok é mais conhecido por seu single de 2016 “Hear Me Now” e por seu álbum de 2024, “The Future is Ancestral”, que apresenta nove faixas de dance misturadas com canções indígenas, algumas das quais são cantadas há séculos por tribos brasileiras.

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