Imagens de satélite captadas na semana passada, divulgadas somente agora pela rede CNN. revelaram um marco na indústria bélica da Coreia do Norte: a construção do que pode ser o maior navio de guerra já fabricado pelo regime de Kim Jong-un. A embarcação, em obras no estaleiro de Nampo, a cerca de 60 quilômetros da capital Pyongyang, parece ser uma fragata equipada com lançadores verticais de mísseis e tecnologia radar de última geração.
Especialistas do think tank Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla em inglês) estimam que o navio tenha cerca de 140 metros de comprimento, o que seria mais do que o dobro do tamanho das atuais fragatas da frota norte-coreana. Para fins de comparação, as fragatas da classe Constellation, em construção pela Marinha dos EUA, têm cerca de 151 metros.
As imagens mostram que a embarcação ainda está em fase de instalação de sistemas internos e armamentos, um processo complexo, segundo analistas. “Se a Coreia do Norte equipar a nova fragata com o míssil balístico hipersônico que alegou ter testado com sucesso em janeiro, isso causará um impacto decisivo na segurança regional”, afirmou o parlamentar sul-coreano Kim Byung-kee, um almirante aposentado da Marinha de Seul.
Apesar das sanções da ONU (Organização das Nações Unidas) que limitam o acesso da Coreia do Norte a materiais e tecnologia, analistas acreditam que o estreitamento de laços com a Rússia desde o início da guerra da Ucrânia pode estar permitindo avanços como esse. Para Kim, Moscou pode estar por trás da tecnologia usada no sistema de mísseis da nova fragata.
A iniciativa faz parte de um esforço mais amplo de modernização da marinha norte-coreana, que hoje conta com cerca de 400 embarcações de patrulha e 70 submarinos — a maioria considerada antiquada. Segundo Joseph Dempsey, do think tank Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, Pyongyang só dispõe de dois navios de superfície realmente efetivos, ambos da década de 1970.
Além das embarcações, Kim Jong-un já havia mencionado a necessidade de construir uma nova base naval para acomodar embarcações maiores. “Agora que estamos prestes a possuir grandes navios de superfície e submarinos que não podem ser ancorados nas atuais instalações, a construção de uma base naval para operar esses grandes navios se tornou uma tarefa urgente”, declarou em setembro passado.
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