“Gaza virou uma vala comum para os palestinos e aqueles que comparecem em seu auxílio”, denunciou nesta quarta-feira (16) a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), devido às operações militares e ao bloqueio imposto por Israel sobre a ajuda humanitária.
“Assistimos em tempo real à destruição e ao deslocamento forçado de toda a população de Gaza”, declarou Amande Bazerolle, coordenadora de emergências da MSF em Gaza, para quem a resposta humanitária está “gravemente obstruída pela insegurança constante e pela escassez crítica”.
Os ataques israelenses mais recentes demonstram “um flagrante desprezo pela segurança dos trabalhadores humanitários e médicos em Gaza”, acrescentou a organização, que perdeu 11 colaboradores desde o início da guerra no território palestino.
“Pedimos às autoridades israelenses que acabem imediatamente com o cerco desumano e mortal imposto a Gaza, que protejam as vidas dos palestinos, assim como as dos trabalhadores humanitários e médicos, e que trabalhem em conjunto com todas as partes para restabelecer e manter um cessar-fogo”, prosseguiu a ONG.
Israel retomou os bombardeios e a ofensiva terrestre em 18 de março, após dois meses de trégua com o movimento islamista palestino Hamas, que governa o território desde 2007.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defende que a pressão militar crescente é a única maneira de forçar o Hamas a libertar os reféns que permanecem sequestrados em Gaza.
Os reféns foram capturados durante o violento ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, que desencadeou a guerra no território.
Israel também impede a entrada de qualquer ajuda humanitária no território e, segundo a MSF, os estoques de alimentos, combustíveis e medicamentos estão esgotados.
“Não se trata de um fracasso humanitário, e sim de uma escolha política e de um ataque deliberado contra um povo, efetuado com total impunidade”, insistiu Bazerolle.
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