ROMA, 16 ABR (ANSA) – Um parlamentar italiano defendeu nesta quarta-feira (16) uma intervenção do governo da primeira-ministra Giorgia Meloni no caso de Luigi Mangione, acusado de assassinar o CEO da seguradora de saúde UnitedHealth, Brian Thompson, em Nova York, em dezembro passado, na tentativa de evitar uma possível condenação à morte.
Em sua declaração, o deputado Marco Grimaldi, vice-líder do grupo AVS na Câmara, lembrou que “o Departamento de Justiça dos EUA anunciou que buscará a pena de morte” para um ítalo-americano pelo assassinato do executivo da maior seguradora de saúde do país.
“Queremos saber do governo italiano se ele não considera necessário intervir para garantir que Mangione seja poupado da pena de morte”, enfatizou.
Segundo Grimaldi, Mangione tem dupla cidadania americana e italiana e, no ordenamento jurídico da Itália, a pena de morte foi abolida no país europeu pela Constituição de 1948, que não a permite em hipótese alguma.
“Em casos semelhantes ocorridos no passado, o governo do nosso país e, individualmente, o ministro da Justiça sempre intervieram, nos locais apropriados, para impedir, mesmo em caso de condenação, a execução da pena de morte contra cidadãos italianos”, destacou.
Nascido no estado de Maryland, Mangione é acusado de assassinar Thompson a tiros na porta de um hotel em Nova York, no dia 4 de dezembro de 2024, antes do executivo participar de uma conferência com investidores.A polícia conseguiu detê-lo na Pensilvânia em 9 de dezembro, cinco dias após o crime.
De acordo com as autoridades de Nova York, Mangione, filho de uma família rica e formado na conceituada Universidade Estadual da Pensilvânia, já havia expressado seu “ódio” contra seguros de saúde, setor que ele definiu como “uma máfia muito poderosa” em um suposto manifesto.
Em sua primeira audiência em um tribunal em Nova York, o jovem se declarou inocente e disse não ser culpado das acusações de homicídio e terrorismo. No entanto, a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pamela Bondi, ordenou que os promotores responsáveis pelo caso peçam a pena de morte para o réu. (ANSA).