Ex-primeira-dama do Peru solicita status de refugiada ao Brasil

A ex-primeira-dama peruana Nadine Heredia solicitou refúgio ao Brasil, nesta quarta-feira (16).

Ela chegou a Brasília em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) após ter asilo diplomático concedido pelo governo brasileiro.

Em comunicado, o Ministério da Justiça (MJ) informou que Heredia e seu filho, que é menor de idade, “solicitaram à Polícia Federal o reconhecimento da condição de refugiado, com base na Lei Brasileira de Refúgio”.

“Recebida a solicitação de refúgio, a Polícia Federal emitiu os registros que autorizam a estada em território brasileiro até a decisão final do processo”, acrescenta o MJ.

Os peruanos deverão aguardar do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), que é o órgão competente para decidir sobre os pedidos de refúgio.

“Nos primeiros dois anos do governo Lula, o Brasil recebeu 126.787 solicitações de refúgio e reconheceu 90.904 pessoas como refugiadas”, conclui o comunicado.


Ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, em evento no Ministério da Mulher, em novembro de 2013.
Ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, em evento no Ministério da Mulher, em novembro de 2013. • Presidência do Peru

Após receber asilo, ex-primeira-dama pretende morar em SP

De acordo com o advogado Marco Aurélio de Carvalho, do grupo Prerrogativas que atua na defesa de Nadine, a ex-primeira-dama e o filho mais novo, Samin Mallko Ollanta Humala Heredia, pretendem morar na cidade de São Paulo (SP).

Esposa do ex-presidente peruano Ollanta Humala, Nadine solicitou asilo diplomático ao Brasil na terça-feira (15), poucas horas após a Justiça do Peru condenar o casal a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro ilícito em campanhas eleitorais.

A CNN apurou que a defesa de Heredia alegou perseguição política na solicitação de asilo ao Brasil. Também foi levado em consideração um câncer que ela enfrenta.

O caso Odebrecht no Peru

O ex-presidente Ollanta Humala e sua esposa foram condenados por acusações ​​de receber fundos da Odebrecht, agora conhecida como Novonor, em sua bem-sucedida campanha eleitoral de 2011. O tribunal também aponta que ambos receberam dinheiro do governo venezuelano, que na época era comandado por Hugo Chávez.

A defesa pretende contestar a decisão em instância superior.

O caso faz parte de um escândalo mais amplo que envolve vários líderes no Peru.


Ex-presidente do Peru, Ollanta Humala • Reprodução/Reuters

O governo peruano afirmou estar “em constante comunicação sobre esta situação” com o governo brasileiro.

O ex-presidente, um oficial militar aposentado que liderou a nação andina de 2011 a 2016, provavelmente cumprirá sua pena em uma base policial construída especialmente para abrigar os líderes presos do Peru.

Os ex-presidentes Alejandro Toledo e Pedro Castillo estão atualmente presos no local, enquanto Alberto Fujimori permaneceu lá até sua libertação em 2023.

Durante seu julgamento, que durou três anos após uma investigação iniciada em 2016, Humala classificou as acusações como perseguição política.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Ex-primeira-dama do Peru solicita status de refugiada ao Brasil no site CNN Brasil.

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