El Salvador proíbe senador dos EUA de visitar homem deportado por engano

O senador democrata dos EUA, Chris Van Hollen, disse nesta quarta-feira (16) que as autoridades de El Salvador negaram acesso a Kilmar Abrego Garcia, um salvadorenho deportado por engano e mantido em uma prisão de segurança máxima no país.

Hollen chegou a El Salvador na quarta-feira para se reunir com altos funcionários e defender a libertação de Garcia, mas foi informado pelo vice-presidente de El Salvador, Felix Ulloa, que ele não poderia autorizar uma visita ou uma chamada com o salvadorenho.

O democrata, que é integrante da Comissão de Relações Exteriores do Senado dos EUA disse que Ulloa também lhe disse que El Salvador não havia libertado Garcia porque os Estados Unidos estavam pagando para mantê-lo preso.

“Por que o governo dos Estados Unidos deveria pagar ao governo de El Salvador para prender um homem que foi sequestrado ilegalmente e não cometeu nenhum crime?” disse Van Hollen, um senador de Maryland, onde Garcia morava.

O governo de El Salvador não se posicionou sobre a visita de Van Hollen ao país.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o senador democrata estava potencialmente usando dinheiro dos contribuintes para “exigir a libertação de [um] imigrante ilegal, deportado e terrorista MS-13.”

“É terrível e triste que o senador Van Hollen e os democratas sejam incapazes de ter um pingo de bom senso ou empatia para seus próprios constituintes e nossos cidadãos”, disse ela aos repórteres.

A Suprema Corte dos EUA instruiu o governo Trump a facilitar o retorno de Garcia, depois que Washington reconheceu que ele foi deportado devido a um erro administrativo.

Em uma reunião com o presidente Donald Trump na Casa Branca nesta segunda-feira, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, disse que não tem planos para devolver Garcia. O Departamento de Segurança Interna dos EUA disse separadamente que não tem autoridade para trazer o homem de volta aos Estados Unidos.

Garcia, de 29 anos, deixou El Salvador aos 16 para escapar da violência relacionada a gangues, disseram seus advogados. Ele recebeu uma ordem de proteção em 2019 para continuar a viver nos EUA e nunca foi acusado ou condenado por nenhum crime.

Seus advogados também negaram a alegação do Departamento de Justiça que ele é um integrante da gangue MS-13.

Junto com Garcia, o governo Trump deportou centenas de pessoas, principalmente venezuelanos, que diz serem integrantes de gangues, para El Salvador sob a Lei dos Inimigos Estrangeiros de 1798 sem apresentar provas e sem julgamento.

Nenhum governo divulgou os nomes dos homens presos, e eles não tiveram acesso a advogados ou qualquer contato com o mundo exterior desde que chegaram à prisão, disseram os advogados.

Este conteúdo foi originalmente publicado em El Salvador proíbe senador dos EUA de visitar homem deportado por engano no site CNN Brasil.

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