A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) afirmou, em publicação nas redes sociais, ter sido informada pelo governo dos Estados Unidos de que seu visto americano será marcado com o gênero masculino.
“Para minha surpresa — e revolta —, fui informada de que meu novo visto viria com a marcação de gênero como MASCULINO, com a “justificativa” de que é de conhecimento público no Brasil que sou uma pessoa trans. Ou seja, minha identidade de gênero, reconhecida legalmente pelo Estado brasileiro, seria simplesmente ignorada”, escreveu a parlamentar no X (antigo Twitter).
Na semana passada, fui também informada pelo governo Trump de que meu visto virá MASCULINO.
Há cerca de 15 dias, fui convidada por uma organização internacional para um curso sobre desenvolvimento em primeira infância, em parceria com a Universidade de Harvard. Com o visto… pic.twitter.com/gD60Z45HPE
— Duda Salabert (@DudaSalabert) April 16, 2025
Na quarta-feira, 16, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que também é uma mulher trans, relatou ter sido afetada pela mesma medida por parte da gestão de Donald Trump.
“O que me preocupa é um país estar ignorando documentos oficiais acerca da existência dos próprios cidadãos, e alterando-os conforme a narrativa e os desejos de retirada de direitos do presidente da vez”, afirmou. A psolista prometeu acionar a ONU (Organização das Nações Unidas) contra a alteração do gênero no documento oficial e acusou os EUA de “transfobia”.
A exclusão de gêneros é uma política pública do segundo mandato de Trump. Ao tomar posse no cargo, em 20 de janeiro, o republicano prometeu “colocar fim à política de fazer engenharia social com a raça e o gênero”. “Daqui para a frente, a política oficial dos Estados Unidos da América é a de que há apenas dois gêneros: masculino e feminino”, concluiu.