A ofensiva de charme de Meloni nos EUA em meio ao tarifaço de Trump

Entre afagos e elogios mútuos, premiê italiana deixou Casa Branca sem resultados concretos, mas com perspectiva de relaxamento na guerra comercial. Trump se disse “100%” convencido de que haverá acordo com a UE.A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, cortejou a simpatia do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante uma visita à Casa Branca em Washington nesta quinta-feira (17/04). “Temos muito em comum”, disse a ultradireitista, considerada um dos contatos favoritos de Trump entre os chefes de governo europeus. Ela citou como exemplos a luta contra a cultura woke e a migração ilegal.

“Amigos”

Meloni também anunciou que Trump havia aceitado um convite para ir a Roma “em um futuro próximo” e parafraseou o lema do republicano, enfatizando que o objetivo dela é “tornar o Ocidente grande novamente”. A líder do partido nacionalista de direita Irmãos da Itália compareceu à posse de Trump em janeiro e também foi convidada anteriormente para sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida.

Durante sua aparição conjunta diante das câmeras na Casa Branca, os dois também pareceram relaxados e brincaram um com o outro. Trump elogiou muito Meloni. Ele disse que ela está fazendo um “trabalho fantástico” e que conquistou a Europa, afirmando, ainda, que a italiana se tornou “uma amiga” para ele e uma “pessoa muito especial”. Meloni, por sua vez, também falou do “amigo Donald” e demonstrou ter convergências com o americano.

Trump otimista quanto ao acordo com a UE

A chefe de governo italiana foi a primeira liderança da UE a visitar o presidente dos EUA desde que as tarifas foram impostas. Como muitos outros políticos europeus, Meloni também criticou o anúncio de Trump de novas tarifas punitivas. No entanto, o presidente dos EUA disse que agora está “100%” convencido de que haverá um acordo com a União Europeia sobre questões comerciais.

Semana passada, após uma grande turbulência nos mercados financeiros mundiais, Trump surpreendeu novamente e anunciou a decisão de conceder a muitos países – incluindo a União Europeia – uma pausa de 90 dias em relação às chamadas “tarifas recíprocas”, baseadas no déficit comercial dos EUA com os respectivos países – mas deixando a China de fora dessa trégua. A UE anunciou então que também suspenderia por 90 dias as tarifas retaliatórias planejadas sobre os produtos dos EUA.

As boas relações de Meloni com o presidente dos EUA podem ser de grande importância para a UE. Vale lembrar que Trump ainda não concordou em receber a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, por exemplo.

Durante sua reunião com Trump, a italiana deixou claro que não poderia concluir nenhum acordo de comércio em nome da UE. Ao mesmo tempo, no entanto, enfatizou que uma visita do presidente dos EUA ao seu país também poderia ser uma oportunidade para ele dialogar com outros europeus.

Reunião com o vice J.D. Vance em Roma

Nesta sexta-feira (18/04), Meloni recebe o vice-presidente dos EUA, JD Vance, em Roma. A primeira-ministra disse recentemente em uma entrevista que concorda com a opinião de Vance de que tanto a liberdade de expressão quanto a democracia estão em retrocesso na Europa.

De acordo com relatos da mídia, o vice de Trump, que se converteu ao catolicismo, também quer aproveitar a Sexta-feira Santa para visitar o Vaticano.

md ( (AFP, DPA, Reuters)

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