Morreu nesta segunda-feira, 21, o Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, aos 88 anos. Ele ocupou o cargo máximo na Igreja Católica por 12 anos. Com o falecimento do pontífice, a igreja passa agora por um período de ‘governo temporário’, conhecido como ‘Sé Vacante’, que dura do funeral à escolha do novo líder.
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Durante a Sé Vacante, o carmenlengo — responsável por administrar os bens e o tesouro do Vaticano —, é quem conduz os trabalhos e organiza a transição, além de organizar o Conclave, que elegerá o novo líder.
Funeral
O funeral segue as diretrizes do livro litúrgico “Ordem das Exéquias do Sumo Pontífice”, aprovado por Francisco em abril de 2024 e publicado em novembro do mesmo ano. Esse documento estabelece os procedimentos para as cerimônias fúnebres do líder da Igreja Católica, detalhando cada etapa do rito.
O processo começa com a verificação do óbito, conduzida pelo camerlengo, cardeal que gerencia a Igreja no período de Sé Vacante. Ele pronuncia o nome do papa três vezes e, sem resposta, confirma a morte. Tradicionalmente, usava-se um martelo de prata para tocar a testa do pontífice, prática hoje abandonada. Após a confirmação, o camerlengo remove o “Anel do Pescador”, que é destruído, simbolizando o fim do pontificado, e o quarto do papa é selado.
O corpo do pontífice é colocado em um caixão simples de madeira com revestimento de zinco e levado diretamente à Basílica de São Pedro para o velório, sem passar pelo Palácio Apostólico, e exposto no caixão. O sepultamento ocorre entre quatro e seis dias após a morte, e Francisco optou por ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, rompendo a tradição de São Pedro. Durante nove dias, celebra-se o “novendiales”, com missas em memória do papa.
Conclave
A escolha do novo líder começa de 15 a 20 dias após a morte do papa, pelo ‘colégio dos cardeais’, composto por 252 pessoas, incluindo oito brasileiros. Desse grupo, 131 votam (são votantes somente quem têm menos de 80 anos), sendo sete brasileiros.
É por meio do Conclave que o novo líder da Igreja Católica será escolhido. Nele, cardeais se reúnem durante dias dentro do Vaticano, na área conhecida como ‘Zona do Conclave’, e fazem um segredo de juramento absoluto. Eles são impedidos de se ter qualquer forma de comunicação com o exterior durante o processo.
Para que um novo papa seja eleito, ele precisa ter dois terços dos votos. A votação é secreta e as cédulas são queimadas após a contagem.
O conclave para eleger um novo papa permite até quatro votações diárias, duas pela manhã e duas à tarde. Se após três dias não houver escolha, ocorre uma pausa de 24 horas para orações, com outra possível após sete votações adicionais sem resultado.
Se após 34 rodadas não houver consenso, os dois cardeais mais votados na última votação participam de um “segundo turno”, mas ainda precisam alcançar dois terços dos votos para serem eleitos.
Quando um cardeal é escolhido, ele é questionado se aceita o papado e deve selecionar seu nome papal. Depois, é conduzido à “Sala das Lágrimas” para vestir as vestes pontifícias.
Fumaça branca
Quando um papa é escolhido, uma fumaça branca sai da chaminé da Capela Sistina, significando que um novo líder foi escolhido. A fumaça é o resultado da queima dos votos dos cardeais.
A eleição do novo papa é confirmada também pelo toque dos sinos da Basílica de São Pedro.